segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

A íntegra dos resultados pode ser conferida aqui.








Ontem estivemos na apresentação do relatório de monitoramento das cinco

metas do movimento Todos Pela Educação. Infelizmente, as notícias não

são muito boas. Em resumo, elas apontam o enorme desafio que o Brasil

tem para tornar a Educação Básica do país acessível para todos, com um

alto nível de qualidade.



Há quatro anos, o Todos Pela Educação monitora a situação educacional

com base em cinco metas:



1. Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola

2. Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos

3. Todo aluno com aprendizado adequado à sua série

4. Todos jovem com Ensino Médio concluído até os 19 anos

5. Investimento em Educação ampliado e bem gerido



Até agora, nenhuma das metas foi cumprida. Os resultados – publicados em

“De Olho nas Metas 2011” – continuam indicando uma enorme

desigualdade entre as regiões do país, e entre escolas privadas e públicas.

Você acredita que ainda há 3,8 milhões de crianças e jovens fora da escola?

Esse número é maior do que toda a população do Uruguai, por exemplo.

Para resolver, não basta aumentar o número de vagas… é necessário

discutir também assuntos como os motivos do atraso e da evasão escolar.

Para avaliar as crianças de 4º ano do Ensino Fundamental em matemática,

leitura e escrita, foi aplicada a Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do

Ciclo de Alfabetização) em todas as capitais brasileiras. O que se

identificou? Que apenas 56,1% dos alunos atingiram o conhecimento

esperado em leitura, 53,3% em escrita e 42,8% em matemática. Quando se

comparam os resultados de cada região do país, o assunto é ainda mais

alarmante. O Sudeste, por exemplo, teve o melhor desempenho em escrita,

com 65,5% dos alunos com aprendizado adequado para a série. Já no

Nordeste, apenas 30,3% dos alunos redigiram textos conforme o esperado.

Uma diferença de 35 pontos percentuais separam as duas regiões.

Ainda mais dramática é a comparação entre escolas particulares e públicas.

93,6% dos alunos de escolas particulares do sudeste atingiram o nível

esperado de escrita, contra 21,7% das escolas públicas do nordeste. A

explicação dada pelo Todos para esses números discrepantes é a de que os

alunos da rede privada têm melhores condições sociais e econômicas, além

de terem cursado a Pré-Escola. Muitos estudos apontam a importância da

Educação Infantil na aprendizagem nas séries futuras. Apesar disso, em

2009 apenas 50% das crianças brasileiras de 4 a 5 anos estavam

matriculadas na Pré-Escola.



Para Nilma Fontanive e Ruben Klein, consultores da Fundação Cesgranrio,

os resultados de leitura apresentaram progressos, ao contrário dos de

matemática. “Os educadores parecem estar esquecendo da importância da

alfabetização numérica”, disse Nilma. Para Ruben, o mais importante é que

os alunos tenham prazer em aprender.





O desafio da Defasagem Escolar



Sabe o que mais os resultados apontaram? Que alunos com defasagem

idade-série – ou seja, os que repetiram algum ano ou estão adiantados, que

hoje chegam a quase 25% de todos os estudantes – atingiram resultados

bem piores nas três áreas do conhecimento avaliadas, quando comparados

aos alunos na idade correta. Ou seja, isso indica o quanto é importante que

seu filho esteja na série certa.



Segundo o professor Tufi Machado Soares, da Universidade Federal de Juiz

de Fora, o maior entrave ao avanço educacional da população é o atraso

escolar. “Quanto mais defasado o aluno, menor sua chance de concluir os

estudos. Diferente do que vem acontecendo hoje, os alunos devem ser

acompanhados constantemente desde a Pré-Escola”, conclui.



“Os dados e as análises apontam que as mudanças estruturais precisam

acontecer com urgência para que as metas possam ser atingidas até 2022”,

disse Priscila Cruz, diretora-executiva do movimento.



A melhoria da Educação passa, necessariamente, pelo investimento

adequado e pela boa gestão dos recursos nos três níveis de governo: União,

estados e municípios. No entanto, o relatório aponta que o investimento

brasileiro por aluno do Ensino Fundamental ao Superior ocupa as últimas

posições quando comparado ao de outros 35 países. O Brasil só tem

investimento maior que o da China.



Minha filha e o tablet: a hora é agora?



por: Luciana Allan



Foto: Rafael Evangelista



Fernanda, minha filha de quinze anos, que atualmente está no primeiro ano

do ensino médio, tem um grande sonho: estudar com a ajuda de um tablet.

Mas ela não quer deixar de escrever e enterrar a letra cursiva – o que eu,

sinceramente, concordo: os estudantes devem continuar a registrar algumas

observações no bom e velho fichário, um método que jamais deixará de

existir no processo de aprendizado. Ela quer apenas ter mais agilidade

(encontrar o conteúdo de todos os livros em poucos cliques), acesso a um

conteúdo mais instigante (animações que ilustrem algum conceito da física

ou mapas interativos em três dimensões que já mostram o relevo de

determinada região, por exemplo) e, principalmente, mais comodidade (sem

a necessidade de levar muito peso em uma mochila).



Mas se a Fernanda adotasse um tablet já no próximo ano letivo, a

tecnologia realmente seria útil para seus estudos em sala de aula? Apesar

dos inúmeros aspectos positivos que tornarão sua utilização pelas escolas

inexorável, precisamos considerar também diversos desafios que,

infelizmente, ainda precisam ser vencidos para levar os livros didáticos para

o iPad, o Kindle, o Galaxy ou qualquer outro tablet tão rapidamente quanto

esperam os estudantes desta nova geração que já nasceu conectada.



Vamos avaliar os aspectos que podem ser negativos e quais serão os Nesta rápida análise fica claro que, mesmo com estes empecilhos para uma rápida adoção, não há motivos para esperar. As escolas não terão nada a perder em incentivar o uso dos tablets o mais rápido possível. As tarefas

escolares, com certeza, se tornarão muito mais divertidas, lúdicas e práticas

com o suporte de um tablet. Com poucos cliques, os alunos terão acesso aos

conteúdos essenciais e uma infinidade de conteúdos extras, a qualquer

momento, não precisando inclusive se deslocar em momentos pontuais para

o laboratório de informática. Será o início de uma Nova Era, com mais

mobilidade, praticidade, otimização do tempo e dos recursos, tão preciosos

quando falamos de Educação.



O tablet chegará para motivar os alunos a explorar mais os conteúdos, criar

momentos de reflexão, tirar dúvidas e outras atividades mais produtivas. E

irá, claro, tornar o processo de aprendizagem, dentro e fora da sala de aula,

mais antenado com os desafios de uma formação cada vez mais exigente.

Implementar as novas tecnologias na sala de aula é inevitável e urgente para

que estas novas gerações ingressem mais preparadas no mercado de

trabalho em que saber usar um microcomputador deixou há muito tempo de

ser um diferencial. A Fernanda, que não chegou a conhecer uma máquina de

escrever e só ouve músicas no iPod, é prova disso e ela tem pressa! Ou as

editoras e escolas entendem a Fernanda ou irão perder definitivamente sua

atenção para oráculos como o Google e a Wikipedia. A hora é agora!


positivos com a chegada dos tablets nas escolas nos próximos anos.  

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