segunda-feira, 15 de janeiro de 2018
Uma carta-desbafo: escola está há quatro meses com muro destruído
Há quatro meses, a publicitária Carolina Prestes Yirula, que mora em São
Paulo, têm a mesma visão ao voltar para casa após o trabalho: o muro de uma
escola perto da sua casa desabou e, desde então, nada foi feito. A “solução”
encontrada parece ter sido o acúmulo de entulho no local, como você pode ver
na foto acima.
Carolina, que foi estagiária de marketing do Educar entre novembro de 2009
e julho de 2010, relata que “um pedaço do muro da E.E. Napoleão de
Carvalho Freire (localizada no Jardim Novo Mundo, São Paulo) veio
abaixo. Para resolver o problema foram colocados pedaços de plantas,
terra, entulhos, e assim leva-se a situação, com tijolos caindo aos poucos (e
colocando alunos e pedestres em risco), sujeira se aglomerando e o descuido
e desrespeito escancarando-se para quem quiser ver”.
Indignada, ela resolveu escrever uma carta-desabafo para o Educar. Veja o
que ela diz:
“Há tempos ando guardando certa indignação e descontentamento e agora,
atingida por um ápice de revolta, resolvi escrever esse breve desabafo. Todos
os dias, em meu caminho de volta para a casa, passo em frente a uma escola
pública que, há mais ou menos 4 meses, encontra-se em um estado
inadmissível.
Refiro-me a um muro escolar que simplesmente desmoronou. Isso mesmo. Um
pedaço do muro da E.E. Napoleão de Carvalho Freire (localizada no Jardim
Novo Mundo, São Paulo) veio abaixo. Para resolver o problema foram
colocados pedaços de plantas, terra, entulhos, e assim leva-se a situação,
com tijolos caindo aos poucos (e colocando alunos e pedestres em risco),
sujeira se aglomerando e o descuido e desrespeito escancarando-se para
quem quiser ver.
Como é possível que um espaço público seja tratado dessa forma? Como
permitir o descuido de um espaço educativo a ponto de torná-lo um antro de
entulhos? E os alunos? Vivem e convivem em um ambiente pouco seguro em
que o lema é “salve-se quem puder”, pois o muro está caindo, e ninguém está
tomando atitudes frente a isso.
O que me deixa revoltada é a postura do Governo do Estado de São Paulo,
ausente de sua responsabilidade. Até agora nada foi feito, e frente ao caos,
parece que reinou a indiferença.
Onde estão os responsáveis por mantê-la um local digno de ser chamado de
“escola”? E o respeito com os alunos? E com os professores? Que levantam
todos os dias e deparam-se com o seu espaço de convívio completamente
deteriorado? O que peço é apenas um pouco de consideração e respeito. Que
tipo de tratamento é esse que oferecem a nós, cidadãos? Escolas
deterioradas, literalmente caindo aos pedaços e mais do que isso… O
descaso.
O espaço físico da escola não pode ser colocado de lado, pois tem efeito
direto na motivação e desempenho dos funcionários e principalmente, na
formação dos alunos. Que exemplo está sendo dado a essas crianças, que
veem aquilo que lhes pertence em situação de calamidade? Quais os valores
que são ensinados a elas? E a autoestima e sensação de pertencimento, como
ficam?
Este texto não questiona a qualidade do ensino oferecido pela EE Napoleão
de Carvalho Freire, mas busca apenas destacar a irresponsabilidade do
Governo do Estado de São Paulo. É dever do Governo manter nossas escolas
em bom estado. O muro caiu há mais de 4 meses, e, repito, até agora nada
foi feito.
Tenho certeza que essa não é a única escola que enfrenta esse tipo de
problema e isso é o grande motivo deste desabafo. A E.E. Napoleão de
Carvalho Freire é uma entre tantas. Vamos exigir o mínimo, que é o respeito
e o cuidado com as nossas escolas.
O endereço da E.E. Napoleão de Carvalho Freire é: Rua Iraúna, 815,
Jardim Novo Mundo, São Paulo.
Esperamos uma mudança rápida (que, diga-se de passagem, já vem tarde).”
Carolina mandou a denúncia também para outros meios de comunicação. E
a resposta do Secretaria da Educação do Estado de São Paulo foi diferente
para cada um deles. Para o Terra, a assessoria de imprensa da Secretaria
informou que a empresa responsável pela reconstrução do muro já está
sendo convocada pela Fundação para Desenvolvimento da Educação (FDE)
– órgão responsável pelas obras da pasta – e que estão previstos
investimentos de R$ 120 mil para a reconstrução do muro e execução de
outras melhorias estruturais na escola, que devem começar em dezembro.
Já para o jornal O Globo, foi informado que não há previsão para o início
das obras. A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual não respondeu
ao pedido de esclarecimento do Educar para Crescer.
E você? Tem alguma denúncia a fazer? Mande para a gente!
*A Carolina, que é muito engajada na melhoria da Educação no Brasil, é
responsável pelo perfil no Twitter @Educomunicacao e pela página do
Facebook Educomunicação. Vale acompanhar!
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