quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Educação financeira entra no currículo das escolas públicas

Gabriela Mangabeira
Orçamento doméstico, poupança, aposentadoria, seguros e financiamentos farão parte oficialmente do currículo das escolas públicas a partir de 2012. O governo federal editou, na semana passada, um decreto que instituiu a Estratégia Nacional de Educação Financeira, uma série de iniciativas pedagógicas voltadas às escolas e a adultos com o objetivo de erradicar o analfabetismo financeiro no País. Neste ano, 450 escolas públicas dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Tocantins e Distrito Federal iniciaram aulas de um projeto piloto de educação financeira, que deverá chegar a mais de 200 mil instituições de ensino oficial.

Em 2011, o projeto piloto testará uma metodologia de educação financeira voltada para escolas públicas do ensino fundamental.

Os educadores desenvolveram conteúdos adaptados de educação financeira para todas as nove séries do ensino fundamental e as três do ensino médio. O conteúdo de educação financeira será distribuído nas aulas de matemática, história, ciências sociais e até português. Não haverá disciplina específica para educação financeira.

A educação financeira nas escolas é incentiva dada pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e faz parte do currículo escolar de mais de 60 países. As diretrizes são resultantes do trabalho conjunto de entidades, como Febraban (bancos), Anbima (bancos e gestores) e BM&F Bovespa e dos reguladores CVM (ações e títulos de dívida), BC (bancos), Susep (seguros) e Previc (previdência).

Além da educação formal nas escolas, também estão previstos a modulação de cursos a distância e de iniciativas de treinamento em finanças pessoais voltadas para adultos.

Segundo José Linaldo Gomes de Aguiar, secretário de relações institucionais do Banco Central, serão criados cursos a distância voltados para adultos, que ensinem a organizar o orçamento doméstico, a planejar a aposentadoria e a utilizar bem os financiamentos.

O BC tem um curso presencial modulado de 20 horas, que leva a universidades e a organizações. “O importante é que as pessoas sejam bem informadas e tenham consciência de suas decisões.

São assuntos simples, que fazem muita diferença para algumas pessoas”, disse.

Uma pesquisa realizada em 2008 com apoio da BM&F Bovespa mostrou que é muito baixo o grau de educação financeira da população brasileira.
Na pesquisa, três em cada dez entrevistados, por exemplo, declararam pagar apenas o valor mínimo da fatura do cartão de crédito.
Fonte: Jornal A Tarde, 27 de Dezembro de 2010. Primeiro Caderno, p. B11. Salvador/BA.

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