sexta-feira, 13 de abril de 2012

Em MT, alunos são submetidos ao vexame escolar e ninguém assume culpa

Leandro Nascimento
de Confresa

BBnews

Situação de escola estadualizada em Mato Grosso
Alunos ironizam a situação e se queixam do caos



Sala de aula insalubre, quente, muito quente e condições subumana. Assim é a escola - ou um projeto de escola – do Governo do Estado na cidade de Confresa, localizada a 1.260 quilômetros de Cuiabá, na região do Norte Araguaia. O estabelecimento escolar foi estadualizado em 2010 no intuito de desafogar as responsabilidades do município sobre a educação. No entanto, o caos a que os estudantes estão submetidos é um vexame para o Governo. Falta dignidade.

A diretora Jaqueline Rodrigues considera difícil dirigir uma escola que praticamente não existe na prática, só no papel. “É complicado, não temos espaço físico, não tem cadeira para os alunos sentar, a maioria dos alunos estudam utilizando mesas de refeitórios que não é adequada, enquanto as obras da nossa escola está paralisada”, disse a diretora.

“Queremos só o mínimo, um espaço que podemos estar dentro e chamarmos de escola, o prefeito entrou com a contra partida do madeirite para cercamos essa garagem e transformarmos em escola, mas é muito apertado e muito quente”, reclama a diretora.

A “virtual” escola atende 145 alunos da comunidade Jacaré Valente a cerca de 50 quilômetros da sede do município de Confresa. “Ficamos contente com a estadualização na época, mas hoje estamos descontentes em vermos a diferença como a educação aqui no campo é tratada” - disse o professor Denival Pereira.

Ao lado da escola de tábua com as paredes caindo e uma casa alugada e transformada em Secretaria da escola e a garagem transformada com madeirites em sala de aula improvisada tem uma construção abandonada desde 2008 por problemas com a licitação da empreiteira e com problemas na gestão de aproximadamente R$ 18 milhões do PAC que seriam para construir escolas, estradas e assistências aos Projetos de Assentamentos. Esse dinheiro se encontra travado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) enquanto os alunos sonham em ter uma escola de verdade para estudar.
A aluna Aline Lima disse que alunos saem de casa 4 horas, andam mais de três quilômeros a pé para chegarem na escola. “Usamos uma Van do município e é muito apertada. É um aluno pisando em cima do pé do outro, é complicado”, disse ela. Já a aluna Andressa Mendes não sabe definir o termo escola. “Nós não temos escola… Estudamos em uma casa, a gente não tem uma sala para estudar, não temos uma iluminação correta, o ambiente não é correto, não tá fácil” definiu a aluna.

Segundo informações da Secretária Estadual de Educação (Seduc), a escola da comunidade Jacaré Valente ainda não está legalmente estadualizada, e que é de responsabilidade do município as estruturas físicas até que as obras do PAC sejam finalizadas.

A assessoria ainda informou que até dezembro o INCRA concluirá a escola de alvenaria que está paralisada, segundo termo de acordo assinado entre a Seduc e o INCRA, e será quando o Estado assumirá a escola da comunida Jacaré Valente, por enquanto somente as escolas da Vila Lumiar e Pé de Cajú estão sob a responsabilidade do Estado.

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