quarta-feira, 27 de março de 2013

A teoria de perfil profissional de um educador

 
Autor(a): Rozeli Ferreira
Email: rozeli_reiner@hotmail.com
Graduada: Matemática e Física
Pós-Graduada: Interdisciplinariedade
Instituição: Escola Estadual “Padre José de Anchieta”
  
“[...] os educadores são como velhas árvores. Possuem uma fase, um nome, uma estória a ser contada. Habitam um mundo em que o que vale é a relação que os liga aos alunos, sendo que cada aluno é um entidade, portador de um nome, também de uma estória, sofrendo tristezas e alimentando esperanças. E a educação é algo pra acontecer neste espaço invisível e denso, que se estabelece a dois”. (ALVES, 1993, p. 13).

Palavras Chave: Autonomia, escola, educação.

A obra de ensinar ou a obrigação de ensinar e de aprender é particularidade especificamente humana. É isso, entre outros fatos, que nos ensina Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia. Ao adquirir conhecimento o homem cresce e se desenvolve. No entanto, onde e com quem aprendemos? Em alguns espaços: a família, a escola e a sociedade entre outros. Em todos ambientes, e com as relações sociais aprendemos e ensinamos o período todo. Aprendemos com as mãos e com a mente. Aprendemos ao refletir e ao fazer.
Neste contexto, a escola faz parte da superestrutura, que são instituições para reproduzir as relações de produção. Para explicar melhor vamos distinguir escola e educação.
De acordo com Pedrinho Guareschi:
Por escola nós usamos entender o aparelho criado pelo grupo dominante para reproduzir seus interesses, sua ideologia. A escola seria aquela instituição superestrutural na maioria das vezes imposta, obrigatória e controla pelos que detém o poder. Quando esta escola não executar a política e os interesses do grupo no poder, ela é censurada, mudada, reformada e até mesmo fechada. Escola seria, pois, o aparelho ideológico do capital. (GUARESCHI, 1999, p.98-99)

Sob essa perspectiva, a instituição escolar passa a existir como lugar de reprodução e materialização do poder, conduzindo a interpretação de maneira ideológica. Conduz-nos a uma visão fatalista, como se os fenômenos existissem espontaneamente e norteado pelo destino. A pobreza e a miséria nascem como obra natural da existência humana e não como construção histórica. Esse aspecto é conservado pelos livros didáticos na medida em que nega as lutas do povo.
Ainda seguindo o pensamento Pedrinho Guareschi (1999)
Por educação designa o processo ligado a etimologia da própria palavra Educação é uma palavra que vem do latim de duas outras: e ou ex que significa de dentro de, para fora e ducere que significa tirar, levar. Educação significa, pois o processo de tirar de dentro de uma pessoa, ou levar para fora de uma pessoa, alguma coisa que esta dentro, presente na pessoa. A Educação supõe, pois, que a pessoa não é uma “tabua rasa”, mas possui potencialidade próprias, que vão sendo atualizadas, colocas em ação e desenvolvidas através do processo educativo. (GUARESCHI, 1999, p.70)

Portanto, ensinar é o método de promover a aprendizagem, estimulando transformações de comportamento na pessoa que aprende.
Para ser professor fascinante temos que vibrar com nossa disciplina, conhecer/dominar bem os conteúdos e relacionar bem com nossos educandos para dar a esses a oportunidade de adquirir e aperfeiçoar o conhecimento por si mesmo.
Visto que, o aprendizagem do educando, sua capacidade de raciocinar, de relacionar-se com seu cotidiano, de desenvolver suas atividades, está na maioria das vezes relacionado com a didática do educador. Em relação a estas afirmações será apresentado o método de Polya escrito sob dez mandamentos os quais muito podem contribuir para melhorar a prática do educador,
sendo regras simples para nortear a prática pedagógica. Segue abaixo o quadro com os  Dez Mandamentos:

Quadro 1: Dez Mandamentos para os Educadores[1]
1
Tenha interesse por sua matéria;
2
Conheça sua matéria;
3
Procure ler o semblante do seus alunos, procure enxergar suas expectativas e suas dificuldades, ponha – se nos lugares deles;
4
Compreenda que a melhor maneira de aprender alguma coisa é descobri – la você mesmo;

5
Dê aos alunos não apenas informações, mas atitudes, equilíbrio
6
Faça  - os aprender e dar palpites;
7
Faça – os aprender demonstrar;
8
Busque, no problema que esta abordando, aspectos que possam ser úteis nos problemas que virão – procure descobrir o modelo geral que esta atrás da presente situação concreta;
9
Não desvende o segredo de uma vez deixe os alunos darem palpites antes, deixe – os descobrir por si próprios, na medida do possível;
10
Sugira, não os faça engolir a força.


George Polya afirma que há uma arte da descoberta, que a capacidade de desvendar e de idealizar pode ser aguçada pela aprendizagem cautelosa que provoca a atenção do educando para os princípios da descoberta, e que lhe dá uma chance de praticar estes princípios.
Entende – se que um educador que consiga realizar boa parte destes mandamentos, nada mais é que um professor fascinante.
Pozo e Echeverría ( 1998) ressaltam e adicionam que é insuficiente a tática de "dotar os alunos de habilidades e  estratégias eficazes", sendo necessário  "Criar neles o hábito e a atitude de enfrentar a  aprendizagem como um problema para o qual deve ser  encontrada uma resposta".  (POZO e ECHEVERRÍA, 1998, p. 14)
Com relação aos apontamentos de Paulo na pedagogia da autonomia (1998),  sugerem três direções, destacamos a terceiro apontamento que se refere a reciprocidade como elemento complementar do ser docente e do ser  discente. Não há educador sem educando. De tal modo como não há educando sem educador. Os dois papéis se completam cada um executando as funções e com isso polindo as arestas do conhecimento.
  
Referências bibliográficas
Alves, Rubens (1993). Conversas com quem gosta de estudar. 28 ed. São Paulo. Cortez.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários a Prática Educativa. São Paulo. Paz e Terra, 1997.
GUARESCHI, Pedrinho. Sociologia Critica: Alternativas de mudanças. Porto Alegre. EDIPUCRS,1999.
MARCO, A. Moreira, Elcie F. Salzano/ Mazini. Aprendizagem Significativa. A teoria de David Ausubel 1982 – Editora Moraes.
 PÓLYA, G. 10 mandamentos para professores de Matemática. University of British  Columbia, Vancouver and Victoria (3) 1959, p. 61-69. 


[1] Quadro montado pela autora das regras referentes aos mandamentos para professor de Matemática  mencionadas no artigo 10 mandamentos para professores (*) de Elon Lajes na Revista do professor de  Matemática.

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