domingo, 24 de março de 2013

Ao mestre com carinho

24/03/2013 - 00:00


Jackelyne Pontes

Neste artigo peço licença aos leitores deste Blog e do portal RDNews para prestar uma homenagem àqueles que são primordiais na formação de um ser humano e que, muitas vezes, não são reconhecidos de maneira justa, seja financeiramente, moralmente, eticamente e institucionalmente. Poucos são aqueles que têm a alegria de ver o seu nome vinculado a um grande feito, a uma grande descoberta, a um grande projeto. Geralmente passam desapercebidos nas organizações de ensino engolidos pelo sistema ou ainda incompreendidos.

Existe uma grande diferença entre ser professor e ser mestre. Professor é aquele que ensina. Mestre é aquele que acumula conhecimentos ao longo da vida e sabe compartilhá-los, fazendo com que os seus alunos os assimilem, e estes, fazendo uso da paixão despertada pelo mestre tomem gosto pelo conhecimento e agreguem suas vivências ampliando assim a gama de outros muitos saberes. Um professor é um mero conhecedor da matéria, enquanto o mestre faz com que essa matéria inanimada tenha alma.

Em diversas situações a “criatura” supera o “criador”, e vejo aqui a beleza instigante de transmitir conhecimento. Esse exercício de fazer com que o outro teste a sua própria capacidade de evolução e de crescimento, encorajando-o, repreendendo-o quando necessário e reconhecendo o seu sucesso é louvável, uma virtude das mais raras. Regorzijar-se com a vitória da “criatura” engrandece o “criador”. Sabemos que existem muitos mestres sem títulos e muitos títulos sem mestres, infelizmente.

O mestre influencia a vida e a caminhada acadêmica do seu aluno positivamente, faz história. Temos ao longo da vida vários professores que marcaram: o palhaço, o animador de torcida, o parceiro da hora do intervalo, o carrasco, o charmoso, o amigão, o sisudo e outros incontáveis perfis, mas o mestre faz com que os alunos reflitam sobre a sua própria caminhada e procure lapidá-la e direcioná-la para os objetivos desejados com mais vigor, vontade e dedicação.

Citando parte de um texto do professor e economista Cesar Augusto Dionísio, que tive acesso em um desses acasos da vida e que me inspirou a escrever este agradecimento público: “...O Mestre olha para uma conclusão lógica e diz “Aqui começa o conhecimento”, e isto o incomoda. O Professor olha para uma conclusão lógica e diz “Aqui termina o conhecimento”, e isto o pacifica...” Digo ainda que: todo mestre pode ser chamado de professor, mas nem todo professor pode ser chamado de mestre, e que fique claro que aqui não estou falando de título acadêmico, estou falando de postura, de grandeza de espírito e de saber doar-se.

Ageo Mário, representando todos os “mestres” merecedores de tal título, em meu nome, e em nome de todos aqueles que você ao longo de sua história como docente já incentivou e encantou por este mundo nada descomplicado, porém, fascinante, da epidemiologia posso dizer: você é mestre!
Jackelyne Pontes é cirurgiã-dentista, mestranda em Saúde Coletiva pela UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), filiada ao Sinodonto-MT (Sindicato dos Odontologistas do Estado de Mato Grosso) e escreve exclusivamente para este blog todo domingo - jackelynepontes@gmail.com



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