Redação 24 Horas News
O secretário de Educação do Governo de Mato Grosso, Saguas Moraes, vai ter
dificuldade de explicar ao Ministério Público e também aos deputados da Comissão
de Educação da Assembléia Legislativa a intenção de gastar R$ 7,7 milhões na
contratação de buffet para servir pratos refinados em eventos de formação de
professores. Por mais que o negócio não tenha sido concretizado, em função das
denuncias, Moraes terá que usar de argumentos consistentes para justificar como
o Governo pagaria R$ 28,00 por um prato do jantar contra R$ 0,30 de uma merenda
servida aos alunos da rede pública.
Ou seja: o gasto com um convidado de algum dos eventos que seriam
promovidos pela Secretaria de Educação seria suficiente para alimentar hoje 93
crianças, segundo números do jornal “Diário de Cuiabá”, que publicou um
comparativo para ilustrar a situação e abordar com mais propriedade a chamada
“farra da comida”. Ao todo, de acordo com o edital lançado para registro de
preço, a Secretaria de Educação compraria 277.556 refeições.
Conforme foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) que circulou na
última segunda-feira, a Seduc pretendia desembolsar R$ 7,7 milhões para
alimentação em eventos. Segundo o jornal, esse gasto total também atenderia toda
a rede estadual por três meses, levando em consideração que cerca de 400 mil
estudantes foram matriculados este ano.
A tabela de preços, que também estão disponível no DOE, mostra ainda que o
jantar de 18 pessoas que vierem a Capital por conta da Seduc para participar de
curso de capacitação, seminários e outros eventos, garantiria a merenda de um
dia em uma das maiores escolas da Capital, a Malik Didier, no bairro Pedra 90,
com 1.700 alunos.
Mais que o gasto, o cardápio do jantar representa uma “agressão” aos
estudantes. Entre outros, estavam sendo contratados buffet de alimentação com
entrada com pão sí¬rio ou pãezinhos integrais acompanhados de pasta de
berinjela. Em seguida, viria a salada de mariscos ou tropical de maionese e
legumes. O prato principal poderia ser, conforme sugere a lista, medalhão de
filé bovino com molho madeira, peito de peru a Califórnia (com frutas), salmão
ao molho tártaro ou filé de badejo ao molho de maracujá.
“Nas escolas, fazendo milagre com os 30 centavos que recebem por criança,
as merendeiras conseguem servir, por exemplo, pão doce com um copo de suco de
maracujá. Esse foi o cardápio da merenda da escola estadual Diva Hugueney
Bastos, no bairro Aroeira, em Cuiabá, na última quarta-feira” – diz o
jornal.
Estudantes e professores reclamaram da qualidade da alimentação. Exemplo
que ilustra essa queixa aconteceu na cidade de Sinop, no Norte do Estado durante
o IX Jogos Escolares Mato-grossenses, disputados entre os dias 25 a 31 de
julho. Nos sete dias do evento, a comida servida teve como base no cardápio
arroz, feijão, sopa de mandioca com carne de segunda e minguada. O cafe da
manhã oferecia um café de coador industrial e requentado, pão e salame.
Fotografias do “panelão” ensopado foram postados na rede social Facebook.
As explicações para o disparate governamental deverá ser uma das ultimas
explicações de Saguas Moraes como secretário de Educação, caso consiga fechar
entendimentos para que o deputado Homero Pereira (PR), de fato, se aposente. O
parlamentar enfrenta problemas sérios de saúde. Há noticias que garantem que
Pereira permanecerá no cargo. A Seduc é considerada um “gueto do PT” no Governo.
O controle é absoluto por parte da sigla, que, por sua vez, é controlada pelo
grupo de Saguas.
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