Jornais não aprofundam cobertura sobre custos do novo plano de educação
Valor de 80 bilhões de reais de investimento público foi noticiado como custo total do PNE, mas só corresponde à ampliação proposta pelo MEC; alocação dos recursos não é detalhada
Declarações do ministro Fernando Haddad sobre os custos do novo Plano Nacional de Educação (PNE) pautaram a cobertura da área na última semana, mas jornais se limitaram a reproduzir as informações do governo federal. A análise realizada pelo Observatório da Educação dos principais jornais impressos de todas as regiões do Brasil também revela erros sobre os números do investimento em educação no país.
O ministro participou no dia 23 de março da primeira reunião da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, e falou sobre os desafios do PNE. Durante a sessão, como já havia feito em outras ocasiões, afirmou que a marca de 7% do PIB (a ser alcançada progressivamente, até o final da década) em investimentos públicos em educação é suficiente para cumprir as metas do novo plano.
Atualmente, o país investe cerca de 5% do PIB, entre gastos dos três níveis federativos – municípios, estados e União. O aporte deste último representa apenas 1% do total, ou seja, a União, embora seja o ente com maior capacidade de arrecadação, é o que menos contribui com investimento em educação.
Entidades da sociedade civil reunidas em torno da articulação “PNE pra Valer” – iniciativa impulsionada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação – defendem a meta de 10% do PIB em investimento público, sobretudo com aumento da participação da União, seguindo a proposta discutida e aprovada na Conferência Nacional de Educação (Conae).
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