terça-feira, 5 de abril de 2011

Aprovados em concurso

Alunos da UFMT são aprovados em concurso internacional

De Rondonópolis - Dayane Pozzer
A 18ª edição do programa Baja SAE Brasil rendeu muita experiência e aprendizado para a equipe da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Rondonópolis, a UFMT Baja SAE. Os 15 alunos de engenharia mecânica que fazem parte do projeto estiveram no final de março em Piracicaba, interior de São Paulo, com o veículo off-road apelidado de Bajacaré, e foram aprovados em três avaliações importantes da competição, antes de participaram do enduro, uma prova de quatro horas de duração extremamente difícil.

O concurso de origem internacional desafia estudantes de engenharia de instituições de ensino de todo o Brasil a construir o melhor protótipo de veículo off-road, aplicando na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula. O programa Baja SAE no Brasil é organizado e patrocinado pela Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE), entidade ligada a SAE International, associação sem fins lucrativos que nasceu em 1905 nos Estados Unidos.

Além da aprovação nas avaliações de segurança, frenagem e conforto, a equipe da UFMT conquistou o direito de participar do enduro, que é a prova final da competição. Ao todo, foram cerca de 70 equipes inscritas este ano e muitas nem chegaram à prova do enduro. O grupo passou por várias dificuldades e teve que largar dos boxes, sem a possibilidade de garantir um lugar na largada principal. No entanto, com a participação nesta prova principal recebem um patrocínio da Petrobras, que já garante o pagamento da inscrição do ano que vem.

O estudante Danilo Abreu Monteiro relatou à reportagem do Olhar Direto como foram os dias de provas no Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo, de 24 a 28 de março. “A competição foi um aprendizado enorme. Ano passado estivemos lá somente para ver as provas e agora que participamos temos certeza do quanto é diferente competir mesmo, é uma pressão enorme”, conta.

Engenheiros representantes de empresas como Volkswagen, Embraer, Mercedes Benz, entre outras, sempre estão presentes na competição Baja SAE Brasil e nesse ano não foi diferente. Os representantes também participam como jurados das provas e para os estudantes de engenharia de todo o país o programa é uma oportunidade de serem vistos, de mostrarem seus trabalhos e garantir, no futuro, oportunidades de estágios e trabalhos. “Nossa participação não é uma brincadeira e sim um trabalho de muita importância”, diz.

Dificuldades

Entre as dificuldades, os alunos não puderam participar das provas de aceleração/velocidade, tração e suspension and traction, que também é uma prova de enduro, mas que define a ordem de largada do último dia, motivo pelo qual tiveram que largar a partir dos boxes. Durante a prova de segurança, mais percalços. “Na hora dessa avaliação, os juízes nos mandaram alterar o carro várias vezes. Saíram algumas ementas novas no regulamento e isso pegou várias equipes desprevenidas. Com isso não houve tempo de terminarmos tudo para a prova de conforto e frenagem e tivemos que fazê-las no dia seguinte, sem contar pontos”, explica.

O estudante ressaltou ainda a solidariedade entre as equipes. Na prova do enduro, contou, várias dificuldades surgiram ao longo do percurso e as equipes se ajudavam constantemente, quando faltava alguma peça, por exemplo. Danilo destacou também a importância da equipe ter participado do enduro, já que grupos consagrados na competição largaram na mesma situação que eles, a partir dos boxes. Além disso, o fato do veículo ter sido efetivamente construído em 45 dias e boa parte do dinheiro ter sido do bolso dos próprios alunos, eles consideram a participação no enduro uma vitória.

Por terem aprendido na prática o que dá e o que não dá certo, a equipe acredita que os próximos carros serão promissores. Vários carros ficaram destruídos após o enduro. Já a equipe de Rondonópolis voltou com o equipamento inteiro, com apenas algumas avarias. “Ele está lá na Universidade guardado cheio de lama”, brincou. Agora o estudante garante que a equipe está bem mais experiente e pronta para um novo desafio. "Sabemos o que deve receber mais atenção no próximo carro, tem coisa que está relativamente boa, outras nem tanto. A experiência do trabalho em equipe foi boa também e já mudamos algumas coisas na nossa organização”, finaliza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário