Da Redação
O deputado Airton Português (PSD) apresentou nesta terça-feira
relatório de vistoria realizada em 13 escolas públicas do Estado entre os dias
14 de junho e 5 de julho, em Cáceres e no Parque Nacional do Xingu. Dois vídeos
com reportagens feitas pela TV Assembleia e documentos com textos e fotografias
foram entregues ao presidente da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia,
Cultura e Desporto, Alexandre César (PT). Português é o vice-presidente da
Comissão.
Vistorias foram realizadas em 10 escolas em Cáceres (220 km de
Cuiabá) e em três aldeias no Xingu levaram o deputado a crer que os problemas
são estruturais. “Não há uma unidade que professores não reclamem de algo”,
alega Português.
Visitas realizadas na sexta-feira nas aldeias Waurá, Koikuru e
no Posto Indígena Leonardo Villas-Boas apontam quem em nenhuma das localidades
há escolas decentes para crianças, jovens e adultos. “Ao invés de imóveis de
alvenaria, que é obrigação da Seduc (Secretaria de Estado de Educação) oferecer,
o que vimos são salas improvisadas, quentes, sem qualquer conforto”, acusou.
Em Cáceres, nas visitas em 10 escolas somente uma está com
estrutura razoável. É a 11 de Março. Mesmo assim, a diretoria solicitou a
Português interferência para garantir segurança dos alunos, já que muitos entram
no local sem pertencerem a comunidade escolar. A visita foi feita com o deputado
Ezequiel Fonseca, também membro da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia,
Cultura e Desporto.
Na opinião do deputado, em Cáceres a situação das escolas é
inusitada. Enquanto uma está pronta para funcionar, mas não pode porque não há
água nem energia, em outra os alunos não tem onde sentar.
Português se refere às escolas 12 de Outubro, na comunidade
Sapiquá, a 60 km de Cáceres em direção à Bolívia, e a outra unidade, é a Mário
Duílio Evaristo Henry, no antigo Assentamento Sadia.
Em Sapiquá, a escola está nova, mas não pode receber alunos
porque não tem água, nem energia. No antigo Assentamento Sadia, hoje Nova
Cáceres, estudantes ficam “alojados” em barracos e ao lado, o esqueleto em
alvenaria do que seria a verdadeira escola. “Essa situação afronta a
Constituição Federal”, afirma Português.
O deputado se refere ao artigo 210, parágrafo 2º combinado com
o artigo 231, que diz: “Às comunidades indígenas é assegurado o Ensino
Fundamental regular”. Esse mesmo texto está aplicado na Constituição do Estado.
Relatórios das visitas foram entregues ao presidente Alexandre
César e serão encaminhados para a Seduc. Posteriormente, o deputado Português
vai requerer explicações do secretário Ságuas Moraes sobre construções
inacabadas de escolas, bem como falta de política específica para Educação
Indígena.
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terça-feira, 9 de julho de 2013
MT - Deputado expõe caos em escolas e cobra explicações de secretário por obras inacabadas
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