segunda-feira, 8 de julho de 2013

Para especialistas, avaliações diagnósticas são essenciais na alfabetização

 

Especialistas em alfabetização destacaram a importância dos professores estarem sempre atentos aos avanços dos alunos para identificar possíveis defasagens. Por isso, um bom diagnóstico da turma no início do processo de alfabetização, para detectar quais conhecimentos prévios de leitura e escrita as crianças dominam, é ideal para o acompanhamento efetivo de como cada uma delas progride nos primeiros anos do ensino fundamental. Dados da Prova ABC 2012 mostram que 44,5% dos alunos do 3º ano do ensino fundamental têm proficiência considerada adequada em leitura e 33,3% em matemática.

“No primeiro ano, as crianças chegam com conhecimentos muito discrepantes em relação a ler e a escrever. Alguns já têm noções e o alfabeto como referência e já sabem escrever o nome, por exemplo. Normalmente, crianças de classe média, com pais leitores, tem mais facilidade”, explica Regina Scarpa, coordenadora pedagógica da Fundação Victor Civita. “As crianças de classes mais baixas, em certas condições, podem demorar mais para perceber que a escrita é um sistema de representação da linguagem”.

Scarpa ressalta que muitos alunos que não terminaram o processo de alfabetização são taxados, mais tarde na vida escolar, de crianças com dificuldades de aprendizagem. “É comum isso acontecer sendo que, na realidade, esses alunos também avançaram, mas não estavam no patamar dos outros desde o começo”, explicou. “O professor não deve jamais desistir desse aluno, muito menos dizer que ele tem dificuldades de aprendizagem”.

Segundo especialistas, a importância da avaliação diagnóstica surge para verificar com mais frequência como os alunos estão progredindo. “Os alunos têm ritmos diferentes e é importante para o professor ter esse controle de ‘pilotagem’ da turma. É difícil lidar com a heterogeneidade”, disse o pesquisador Antonio Augusto Gomes Batista, do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária – Cenpec. “Não é avaliação para dar notas, é um processo contínuo no cotidiano de trabalho do educador para saber se as crianças estão ou não aprendendo”.

A coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá, Bia Gouveia, destaca que, além de ter um diagnóstico preciso de como os alunos estão ou não avançando, o professor deve investir na realização de atividades frequentes de leitura e escrita. Ditados, leitura de histórias e produção de pequenos textos são alguns exemplos. “Deve haver constância nesse tipo de atividade, que pode ser feita em grupos ou em duplas, desde que formados com intencionalidade pedagógica. Fazendo isso frequentemente, o educador tem a possibilidade de ver de perto o desempenho de cada um. O mapeamento e o acompanhamento das habilidades são essenciais”, disse.
Com informações do Todos pela Educação.

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