quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

No ensino fundamental brasileiro, 23 em cada 100 estudantes estão atrasados

Carolina Vilaverde
Simone Harnik
Da Redação do Todos Pela Educação*


No ensino fundamental brasileiro, 23 a cada 100 estudantes estão atrasados nos estudos. No ensino médio, etapa final da educação básica, o cenário é ainda pior: 34 a cada 100 estudantes sofreram defasagem ao longo da vida escolar. Os dados foram fornecidos pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) ao movimento Todos Pela Educação, e se referem ao ano de 2009.

A distorção idade-série pode ocorrer quando a criança entra atrasada no sistema de ensino ou ainda quando abandona os estudos e retoma. Mas, segundo o professor da FE-USP (Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo) Ocimar Munhoz Alavarse, o atraso escolar pode ser explicado em boa medida pela reprovação.

A cada 100 escolas, 25 são organizadas por ciclos


“O único percentual aceitável para a distorção idade-série é 0%. O ideal seria que ninguém reprovasse. Todas as crianças deveriam estar oito ou nove anos no Ensino Fundamental”, afirma. “As altas taxas de reprovação e de repetência não estão produzindo os efeitos de aprendizagem esperados.”

Para a professora Inês de Almeida, da Faculdade de Educação da UnB (Universidade de Brasília), o processo ensino-aprendizagem é complexo e não pode se resumir apenas à reprovação por notas.

“Ao longo do tempo que esse aluno está na escola, o professor tem oportunidade de conhecê-lo em sua dimensão de sujeito humano e, portanto, pode acompanhá-lo, sabendo de suas fragilidades pessoais, familiares, cognitivas e de domínio de conteúdos. O professor precisa estar atento para que dê a essa criança condições de chegar ao resultado final, mas para que o processo não seja determinado apenas por provinhas”, diz.

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