O dom da vida e a saúde são os dois maiores tesouros dos seres humanos de ontem, hoje e sempre, embora dependam em parte da vontade do Ente Superior. Entretanto, outros quatro tesouros são oferecidos gratuitamente para todos, indistintamente, e não precisam de qualquer intervenção de Deus.
São eles: Amor, família, amigos e liberdade. Ninguém paga para amar, constituir família, ter amigos e ser livre. Há estreita relação entre eles, aparentemente sem nenhuma linha divisória. São quatro pilares que jorram felicidade e projetam realização. Quem ignora ou despreza esses tesouros simplesmente não vive, no máximo, passa a vida.
A visão humana ofuscada pelas facilidades contemporâneas encontra dificuldade de reconhecer esses tesouros como respostas para a maioria dos problemas milenares. É certo que leis, códigos, convenções se preenchem, mas só o amor é completo e coloca tudo, absolutamente tudo, intenções, desejos, atitudes, ações e comportamentos num plano comum, como se todos vivêssemos em plenitude dentro de um condomínio de entendimento, respeito e compreensão. Sob esse ângulo, parte da humanidade esqueceu que nasceu para amar. Amor é edificação ininterrupta da essência do ser e do vir-a-ser, da paz, do diálogo, da confiança, dos direitos e deveres, da responsabilidade.
De forma equivocada e precipitadamente, na maioria das vezes a crise familiar é encarnada como fim de um sentimento e processo de convivência, encerramento de uma etapa de inquietação, insegurança e desentendimentos inconseqüentes. Poucos cônjuges consideram a crise como processo de amadurecimento, mudança, evolução e renovação. É prudente reconhecer a crise também como horizonte para fazer o companheiro ou a companheira sentir-se melhor, aliviar sofrimentos, angústias e aborrecimentos. A crise pode facilitar a aceitação e aproximação dessas pessoas e ajudar a aumentar o afeto desinteressado, puro e promissor.
Longe ou perto, amigo é pedaço de você, pessoa que tem afinidade quanto ao modo de ser e de raciocinar em relação a ideais, princípios, fins e, até, preocupações. É entusiasta que está ao alcance nas horas boas e desafiadoras. Amigo sente prazer e alegria de compartilhar valores comuns, pensamentos e dúvidas. Chega até você e vive momentos sem disputas, brigas, derrotas e vitórias. Não é digno de ser chamado familiar, amigo e colega quem não intenciona bem estar mental, emocional e espiritual do outro. Se puder, leia A Loja de Ourives, do Cardeal Wojtila, Papa João Paulo II. Você entenderá melhor porque é importante ter amigos.
Liberdade é o mais sagrado reconhecimento de soberania do ser humano sobre tudo e todas as coisas. É necessidade essencial. Quem reduz ou reprime a liberdade está se autodestruindo, mutilando o outro, andando na beira de precipício fatal. Não há prêmios para pessoas que não vivem a liberdade plena. O ato de nascer, crescer e amadurecer implica biológica, mental e socialmente liberdade. O ser humano só consegue ser gente na liberdade. É o único meio para não apagar a espécie.
Pedro Antônio Bernardipedro.professor@gmail.comJornalista, economista e professor.
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