segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Campeã de Prouni: em cidade mineira, 1 em cada 106 ganhou bolsa



Com 10 mil habitantes e nenhuma escola particular, Engenheiro Caldas teve 97 classificados na primeira chamada do programa Cinthia Rodrigues, iG São Paulo | 05/02/2011 07:00 A+ A- Compartilhar: Com 10.276 habitantes contados no último Censo, a pequena Engenheiro Caldas, em Minas Gerais, destoa entre as cidades com mais aprovados na primeira lista do Prouni.

Só de bolsas integrais, foram 97: uma para cada 106 habitantes do município, enquanto a média brasileira, incluindo bolsas parciais, é de menos de um por mil pessoas. Vários fatores ajudaram a fazer de Engenheiro Caldas a campeã brasileira de convocados em relação ao tamanho da população. A começar pela facilidade com que os caldenses atendem os pré-requisitos para se candidatar às bolsas.

Com 10 mil habitantes, Engenheiro Caldas teve 97 pré-classificados para bolsas no Prouni Para concorrer, é preciso ter renda familiar de até um salário mínimo e meio por pessoa (R$ 810 para cada) e haver feito todo o ensino fundamental e médio em escola pública.

Na cidade mineira com economia baseada em cerâmicas e pequenos comércios, a renda média é de R$ 350 e não existe escola particular. Foto: Arte iG Cidade fica na região de Governador Valadares Transporte escolar foi usado no Enem A parte mais difícil para os candidatos foi prestar o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), cuja nota mínima de 400 pontos em cada disciplina é obrigatória para se inscrever no Prouni.

Apesar de haver cerca de 200 inscritos na cidade, o Ministério da Educação (MEC) não aplicou a prova ali e todos foram direcionados a cidades vizinhas. Só a minoria tinha condições de fazer a viagem com carro particular. A solução foi dada pela prefeitura, que colocou os ônibus escolares, normalmente usados para o transporte de estudantes da zona rural, para fazer o trajeto.

“Anunciamos na rádio comunitária por semanas e, nos dias, levamos 160 estudantes para prestar o Enem”, conta a secretária de Educação, Rosemere Martins da Cruz. Total de matriculados será bem menor Também contribuiu decisivamente para a quantidade de convocados em Engenheiro Caldas, a abertura de um pólo de educação à distância da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) no município.

Todas as bolsas integrais foram oferecidas pela instituição gaúcha – que recebe em troca isenção de impostos equivalentes às mensalidades. A falta de autonomia do pólo, no entanto, fez boa parte dos convocados desistir. Natália Brandes Marques, de 17 anos, por exemplo, quer ser a primeira da família de cinco irmãos a cursar o ensino superior e se tornar professora. Ela pegou o ônibus da prefeitura, fez o Enem, se inscreveu e foi aprovada, mas não conseguiu enviar todos os documentos necessários para o Rio Grande do Sul em tempo. “Vou tentar de novo no meio do ano”, lamentou.

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