quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Escola
Múltiplas funções desafiam coordenação pedagógica
As inúmeras atividades na coordenação pedagógica deixam Maria Luiza realizada.
Autor: Arquivo da escola
As inúmeras atividades desenvolvidas diariamente pela coordenadora pedagógica Maria Luiza Alves de Moura a deixam muito cansada, mas também realizada. Para ela, a função que exerce é polivalente e muitas vezes engloba, além da parte pedagógica, outras práticas habitualmente desempenhadas por pais e profissionais de diversas áreas. “Procuro fazer o melhor que posso e conto com uma boa equipe de professores e gestores, que fortalecem nosso trabalho num clima familiar, na medida do possível”, assegura Maria Luiza, que trabalha no Centro de Ensino Fundamental (CEF) da 102 Norte. Licenciada em ciências, matemática, e biologia, pós-graduada em psicopedagogia institucional, ela ingressou na carreira do magistério há 32 anos, sempre na rede pública. Desse período, 26 anos foram em regência de classe, como professora de ciências e biologia, e seis como coordenadora pedagógica.
Ela assegura que o principal desafio que tem enfrentado como coordenadora pedagógica é o próprio sistema educacional, seja devido a problemas como falta de professores no início de cada ano letivo ou o grande número de alunos em cada turma. De acordo com Maria Luiza, as crianças hoje atropelam o tempo, pela curiosidade, pelo amadurecimento precoce, pela inversão de valores, pela “sede” de tecnologia em suas vidas, sem contar com a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais (Anees). Tudo isso, “exige do professor habilidades diversas para atender, a contento, as necessidades dos seus alunos”, acredita. Em sua opinião, se as turmas fossem mais reduzidas, o atendimento teria uma qualidade bem superior.
Outro desafio citado por Maria Luiza é a troca de professores no decorrer do ano letivo, com a substituição de profissionais com contrato temporário por outros com cargos efetivos. Segundo ela, isso provoca inúmeros transtornos de relacionamento e de adaptação dos alunos, bem como mudanças no método de trabalho. “Na maioria das vezes isso acontece ao meio de um bimestre, o que particularmente acho lamentável, pois o aluno é muito prejudicado; percebemos claramente como o rendimento cai e a indisciplina aumenta”, destaca.
O excesso de projetos que “minam” o período letivo é outro fator incômodo, na visão da coordenadora. Ela diz entender que a educação não pode se pautar em pilares estáticos, pois a inovação é importante, mas que tudo precisa ser na medida certa, com base no cotidiano da comunidade e, principalmente, no número de aulas previstas para cada professor. “Ninguém sobrecarregado consegue realizar um bom trabalho”, afirma.
A cada início de ano letivo, o CEF 102 Norte realiza a semana pedagógica: “são revistas todas as metas da proposta pedagógica do ano anterior, refeitas as que não fluíram e reforçadas as que obtiveram sucesso.” Nessa ocasião também é feito o acolhimento dos novos professores, a discussão de sugestões para melhoria do trabalho, e o estabelecimento de um cronograma com os eventos previstos para o decorrer do ano, como datas festivas, reuniões de pais, e conselhos de classe. Os estudantes não são esquecidos e na primeira semana de aulas a escola trabalha a importância da boa convivência na escola. São realizadas oficinas com temas que envolvam valores e é feita a distribuição e leitura do Regimento Escolar.
(Fátima Schenini)
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