terça-feira, 26 de abril de 2011

Artigo - Educar para saber usar

ROMILDO GONÇALVES

O dia em que governantes e gestores públicos entenderem que a educação ambiental não deve ser tratada como um simples apêndice da educação formal certamente tudo no planeta mudará para melhor. Seja no Brasil ou no restante do mundo, a lógica da vida seguramente será outra. Pena que nem todos pensam assim.

Tudo o que somos, vivemos ou vivenciamos depende diretamente do meio ambiente, pena que nem todos pensam assim. Há um ditado que diz, o meio ambiente é tudo, penas que nem todos pensam ou entendem assim. Para que a natureza possa nos proporcionar a vida que queremos, é fundamental que tenhamos com ela a mesma complacência e respeitabilidade, que ela nos proporciona, no entanto, para muitos essa lógica não tem lógica.

Penso ser importante que nos seres humanos tenhamos o mínimo de conhecimento da dinâmica da vida, para entendê-la, compreendendo o que significa o Ar, a Água, a Terra e o Fogo. Ou seja, os quatro elementos básicos que dão origem, perpetua e sustenta a vida, sobre os quais ainda sabemos muito pouco.

Albert Einstein, já questionava no inicio do século passado, por que estamos tão pouco felizes com esta maravilhosa ciência aplicada que economiza trabalho e torna a vida mais fácil. E respondia a si mesmo, alegando que era simples a resposta "porque ainda não aprendemos a nos servir dela com bom senso". Ao delinear política educacional para o estado de mato grosso, incluindo nesse contexto a educação ambiental, como fator de formação humana, os gestores públicos deveriam ter uma visão macro do contexto.

As Secretarias de estado de educação e meio ambiente precisam visionar urgentemente essa questão para consolidar formação adequada de profissionais a atuar no estado. Elencar visão holística das questões apontando áreas específicas, não esquecendo o todo na sua essência, é o caminho. Fomentar ações educativas literalmente comprometidas com a preservação da vida e com desenvolvimento sustentado, preparando recursos humanos para atuar no meio rural base de sustentação econômica local.

Interagindo uso racional do meio ambiente, prevenção e controle do fogo florestal, controle dos recursos hídricos, produção agrícola, questões ainda conflitantes... E mudar esse estado de coisa tão em voga e presente. Com raciocínio logico seguramente viabilizarão tais incongruências nesse século! Se agir! Executar política ambiental com sustentabilidade é também dever basilar do poder e dos gestores públicos.

E, é exatamente ai que esta o x da questão, pois até o momento o estado não conseguiu mirar essa politica com a dimensão que mato grosso exige. Capacitar produtores rurais, madeireiros, ribeirinhos, assentados, silvícolas... Será o "viés" da politica ambiental para diminuir impactos ambientais desnecessários em curso no estado. Todavia é preciso uma sintonia fina para entender e atender as nuance ambiental como princípio básico da evolução humana.

Para realização das atividades aqui pontuadas, as referidas secretarias precisam estar conectadas com a importância da educação ambiental na formação integral do ser humano, viabilizando debates ambiental/educação/econômico/social, fundamentado nos princípios da racionalidade e da razoabilidade.

Mato Grosso contribui de forma significativa, com o desenvolvimento do país, todavia chegamos a um ponto onde só é possível mirar dois caminhos, produzir preservando ou preservar produzindo, condição se-ne-qua-non, para que tenhamos qualidade de vida e vida com qualidade. Ampliar a visão no mundo das ciências é assegurar sustentabilidade a vida. Mato Grosso detém em seu território uma universidade federal na capital mato-grossense, e campi em polos estratégicos.

Uma universidade estadual com campi muito bem posicionados no estado; centros federais tecnológicos, e faculdades particulares também estão dispersas no território mato-grossense. Com o que temos, já é um bom começo, no entanto, estamos ainda muito aquém da demanda reprimida. Portanto seria de bom senso que as secretarias em foco interagissem com as secretarias municipais de educação/Ambiente, numa visão mais dinâmica e abrangente e fizesse acontecer à educação ambiental na sua essência.

Viabilizar meio que permitam a formação cidadã e o uso harmônico do meio ambiente é a missão da educação ambiental, esse é acertadamente o caminho. Vamos aguardar!


ROMILDO GONÇALVES é biólogo, mestre em educação e meio ambiente, professor/pesquisador da Ufmt/Seduc romildogoncalves@hotmail.com

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