Apoio Familiar é Essencial no Desenvolvimento Infantil
Presidente do Lar Escola Cairbar Schutel (LECS) fala sobre a influência da família durante a formação infantil. Para Monain Nogueira, a família é o lugar onde a criança aprende a controlar suas emoções, se expressar, interagir e adotar padrões de comportamento convenientes com seu tempo e espaço.
Quando uma criança nasce tudo para ela é estranho. Sair do útero da mãe significa entrar em contato com o desconhecido e, neste momento, o receio e a insegurança costumam ser marcas fortes no pequeno. Mas eis que neste mundo tão estranho e selvagem, inclusive, há um porto seguro, um lugar que a criança reconhece como seu, se sente protegida e amparada: a família.
Estar na presença dos pais, em casa, junto de seus pertences pessoais já conhecidos. Para a presidente do Lar Escola Cairbar Schutel (LECS) Monain Nogueira, “são estes alguns dos elementos que garantem segurança para a criança nos seus primeiro estágios de desenvolvimento, quando ela está começando a dar os primeiros passos”.
Monain diz que, no entanto, existem muitos casos em que a família não consegue ter meios para criar os filhos adequadamente. “As péssimas condições financeiras, assim como os vícios em bebidas e drogas não impedem os casais de terem seus filhos (e nem deveriam mesmo), mas retiram das crianças a possibilidade de ter uma fonte de proteção, conduzindo-as à situação de risco social”, explica.
Entenda-se o termo “situação de risco social” quando o desenvolvimento da criança não ocorre de forma compatível com aquilo que é esperado para sua idade. Monain esclarece: “uma vez neste estado, a criança corre o risco de ficar exposta aos problemas sociais que já são bem conhecidos pela nossa população como a violência, a exploração sexual e do trabalho infantil e o acesso às drogas”.
É diante deste contexto que entidades do terceiro setor, como o Lar Escola Cairbar Schutel, atuam para abrigar crianças sob situação de risco social e também para lhes garantir assistência a fim de que ela tenham uma boa formação. Ao todo, são 60 meninos e meninas atendidos pelo LECS, entre 0 e 17 anos.
Ao falar sobre o atendimento aos abrigados, a presidente da entidade cita a importância em proporcionar uma assistência voltada para o núcleo familiar. “O tratamento feito pelas instituições com as crianças deve ser sempre o mais próximo possível ao de uma família padrão. Isso para que ela não se sinta excluída das demais que possuem uma boa estrutura familiar e que, portanto, sempre viveram com este acolhimento”, explica.
Mesmo com assistência mais próxima de uma família padrão possível, cabe ressaltar que as entidades que abrigam crianças jamais podem substituir o vínculo familiar. Pois é ela, a família, um fator intrínseco ao desenvolvimento pessoal e social da criança. É o lugar onde o pequeno aprende a controlar suas emoções, a reagir, se expressar, interagir e adotar padrões de comportamento convenientes com seu tempo e lugar.
"No Lar Escola, a criança consegue obter o vínculo material. É onde ela tem acesso à educação, à alimentação e faz amigos, mas a relação familiar, afetiva e emocional só pode ser obtida junto de seus pais, biológicos ou substitutos, quando são adotadas por meio de regulares processos judiciais", afirma Monain. A curto prazo, os problemas de socialização e exclusão podem ser marcantes caso a criança não tenha este porto seguro que é a família. Já a longo prazo, o problema se reflete na vida adulta.
O efeito da carência do vínculo familiar faz com que algumas das crianças, uma vez adultas, lutem por aquilo que não tiveram durante a infância. "Outras têm muita dificuldade para se adaptarem no mundo a fora, sendo-lhes difícil a inserção no mercado de trabalho e na dedicação aos estudos”.
Para a dirigente do LECS, “a função da família é tão importante que, ao atribuir assistência aos abrigados, as instituições exercem também um papel ativo no acompanhamento dos familiares das crianças para que, ao deixarem o abrigo, elas voltem ao lar de origem com todas as condições necessárias para encararem os desafios da vida”. Caso não seja possível são disponibilizadas para adoção para que possam desenvolver em um ambiente seguro e acolhedor.
Por último, consideramos o atual contexto nacional. Com a crescente desigualdade social e com a concentração de renda nas mãos de poucos, muitas famílias de baixa renda têm dificuldades na criação dos seus filhos e acabam entrando em crise. “O resultado disso é a desestruturação familiar e, no caso das crianças, estas podem partir para a marginalidade ou se sentirem excluídas socialmente. De uma forma ou de outra, os reflexos serão nítidos na vida adulta se estas crianças não forem amparadas desde a sua infância”, finaliza a dirigente do Lar Escola.
domingo, 24 de abril de 2011
Conhecimento - Desenvolvimento Infantil
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