Campanha nacional valoriza legado africano nas escolas
luan.santos
SELO Colégio de Jequié, Secretaria da Educação de São Francisco do Conde e IAT foram premiados
TEXTO: LUDMILLA DUARTE
Uma educação voltada para o reconhecimento da herança africana nas escolas brasileiras é a ênfase da campanha Igualdade Racial é para Valer, lançada ontem pela ministra Luiza Bairros, titular da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) diante de um auditório lotado de representantes do movimento negro no País, em Brasília.
A atividade aconteceu no Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, em alusão ao massacre de Sharpeville, que vitimou dezenas de manifestantes que protestavam contra a Lei do Passe, na África do Sul, em 1960. A Seppir tenta pegar carona num momento em que as Nações Unidas estabeleceram 2011 como o Ano Internacional dos Afrodescendentes para ampliar as iniciativas de redução das desigualdades raciais no Brasil, como explicou Luiza Bairros.
“O governo já trabalha seus programas com a perspectiva da igualdade racial, mas este ano queremos um esforço maior no sentido de acelerar a inclusão das pessoas negras, com dignidade”, avisou a ministra, mencionando que as altas taxas de homicídios violentos entre os jovens negros brasileiros não são unicamente uma questão de segurança pública. “Antes de ser assassinado, esse jovem já foi morto culturalmente, intelectualmente”, avaliou. Luiza Bairros espera por uma melhoria dos indicadores que apontam a desvantagem da população negra – o que não será tarefa simples.
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado no ano passado, mostrou que, apesar da melhora em algumas áreas, os negros brasileiros têm menos anos de estudos que a população branca, 76% deles dependem do SUS (contra 54% dos brancos) e têm rendimento médio menor no mercado de trabalho(mulheres negras chegam a ganhar apenas 34% do rendimento médio dos homens brancos). O Mapa da Violência divulgado recentemente pelo Instituto Sangari mostrou que morrem assassinados 103,4% mais negros que brancos no País.
Na ocasião, a professora doutora Petronilha Beatriz Gonçalves foi homenageada por ser a primeira mulher negra a ter assento no Conselho Nacional de Educação do Ministério da Educação. Ainda no evento, sete crianças foram premiadas pela iniciativa Cores do Saber, da Petrobras– que incentivou dois mil filhos de funcionários a produzirem desenhos, redações e produtos multimídia sobre história africana.
Fonte: Jornal A Tarde, Primeiro Caderno, página A7, 22 de março de 2011.
domingo, 24 de abril de 2011
Nacional - Campanha nacional valoriza legado africano nas escolas
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