sábado, 10 de dezembro de 2011

O ensino profissionalizante e o mercado

José Patrocínio

No começo da semana chamou a atenção o comentário feito pelo principal mandatário do Estado de São Paulo a respeito da operacionalização de aparelhagem técnica altamente sofisticada destinada ao Centro de Urologia do Hospital das Clinicas de São Paulo, permitindo ampliar consideravelmente o número de cirurgias urológicas para os pacientes do SUS e a população em geral, possibilitando diminuir bastante a fila de espera das pessoas que se encontram necessitando de serviços dessa natureza.

Na oportunidade da inauguração o governador paulista - médico de profissão - enfatizou diante da moderna aparelhagem a necessidade de curso de especialização para sua operacionalização, o que de todo está correto, pois de nada adiantaria produzir equipamentos de alto custo e tecnologia, sem pessoas preparadas para a sua execução.

Pois bem! A nossa economia ainda - nada obstante a crise mundial instalada - continua se mantendo firme em todos os setores, requerendo trabalho qualificado em todas as áreas e também em todos os níveis. A carência de mão-de-obra qualificada é sentida no dia-a-dia. A alta tecnologia é fato e está presente, mas falta gente habilitada para operacionalização, refletindo num atendimento pífio, ineficaz e que gera na maioria das vezes insatisfação aos usuários dos serviços, seja público ou privado.

O compromisso do país em sediar a copa do mundo de futebol, exige um alto volume de investimentos do poder público e da iniciativa privada reclamando qualificação das pessoas em diversos segmentos de atuação, para isso momento oportuno para resgatar os cursos profissionalizantes em seus diversos níveis, objetivando preparar as pessoas a curto e médio prazo, a fim otimizar os serviços a todos os usuários, primando pela qualidade e eficiência.

Mesmo consciente da forte restrição realizada pela intelectualidade brasileira sobre o ensino profissionalizante, não há como ignorar que a desqualificação dos jovens constitui um forte componente para o desemprego pela dificuldade de acesso ao trabalho que vem exigindo trabalhador qualificado para desempenho de atividade cada vez mais requintada.

O mercado global é competitivo e penso que assim continuará, a alta tecnologia é parte integrante da nossa vida e mais avanços ocorrerá constituindo novos desafios, exigindo dos profissionais atualizações permanentes para atender o próprio mercado. A economia está em constante metamorfose havendo obrigatoriedade de incentivo ao Ensino Profissionalizante para formação de pessoas qualificadas para acompanhar o dinamismo verificado no mundo científico e tecnológico, por isso temos urgência em preparar e inserir nossos jovens e adultos profissionais no atual e futuro contexto econômico, lembrando que o produto que era avançado hoje, poderá ser obsoleto amanhã.

José Patrocínio de Brito Júnior é advogado, professor universitário e escreve exclusivamente para este blog às quintas-feiras - jpbj.adv@uol.com.br

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