segunda-feira, 16 de abril de 2012

MT- Cida vê caos na educação de Várzea Grande e aponta trabalho escravo


Glaucia Colognesi



A sindicalista e uma das pré-candidatas do PT à prefeita Cida Cortêz, em entrevista à repórter Gláucia Colognesi
Foto: Jonathan Fernandes/RDNews

Cida Cortêz, uma das pré-candidatas do PT à Prefeitura de Várzea Grande, assim como o médico Alencar Farina, e presidente da Subsede do Sintep no município, esculhambou o setor da educação, sob o governo Tião da Zaeli (PSD). Em entrevista ao RDNews, durante visita ao portal para, em seguida, falar também com os jornalistas da tv web RDTV, a sindicalista denunciou que existe até trabalho escravo em escolas do município. "Há funcionários com 5 a 6 anos com férias vencidas. Isso caracteriza trabalho escravo", protesta.

Ela disse que a situação é tão grave que já pediu até o acompanhamento do Ministério da Educação e do Ministério Público e pensa em recorrer também ao governador Silval Barbosa (PMDB) para que intervenha em favor da educação pública de Várzea Grande. Cida ressalta que já existem 14 ações na Justiça contra uma série de irregularidades encontradas no setor. Alerta que o descaso do poder público não é só com os profissionais da área, mas com estudantes também. Lembra que em uma inspeção feita pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Social (FNDE) em 38 escolas, foram encontrados alimentos vencidos, sendo encaminhados para o preparo da merenda escolar. Ela pontua ainda que muitas unidades de ensino funcionam sem ar condicionado e sem ventilador e que os ônibus escolares tem 40 anos de uso, não possuem extintores de incêndio e os motoristas dirigem sem CNH.

Segundo Cida Cortêz, que enfatiza não fazer denúncias pelo fato de ser pré-candidata à prefeita, o Sintep recebeu reclamação sobre existência de 200 a 600 funcionários fantasmas na prefeitura, ou seja, estariam na folha e recebendo salário sem trabalhar. Ela lembra que nenhum prefeito até hoje apresentou a folha de pagamento, porque são cientes das implicações se comprovado o ilícito.

Comissionados e protesto

A petista denuncia que a atual administração prioriza cargos comissionados e apadrinhamentos em detrimentos dos funcionários efetivos, pois a última recomposição salarial concedida teria sido de 6% para os servidores e aumento de 32% para os DGAs, cargos de assessoria especial. Segundo ela, 70% dos 3,5 mil servidores municipais são de contratados temporários. Cida explica que essa rotatividade de professores traz prejuízos no trabalho de aprendizagem dos alunos, considerando que não há uma continuidade regular da atividade programática. A falta de concurso também estaria ferindo os direitos trabalhistas dos profissionais que não conseguem construir uma carreira. Ela diz que já foram feitas várias reclamações e o prefeito Tião da Zaeli e o secretário de Educação, Odenil Sebba, simplesmente ignoram e não respondem aos ofícios.

Contra as condições precárias do ensino, o sindicato organiza protesto. Vai aderir a paralisação nacional nos dias 26 e 27 de abril. No primeiro dia, está prevista uma caminhada em vários bairros em torno das escolas. Já no segundo dia de mobilização, a ideia é fazer um grande ato, com concentração em frente à praça da Todimo, no início da Couto Magalhães, de onde os manifestantes vão partir até a igreja Nossa Senhora do Carmo, no centro de Várzea Grande.

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