Elias Januário
Caro leitor, vamos refletir hoje sobre a importância de começarmos a pensar uma educação que esteja para além da escola, como é organizada nos dias atuais. Uma proposta de formação educacional que possibilite um espaço de aprendizagem e de integração entre os atores envolvidos no contexto do processo de ensino-aprendizagem.
Os estudos atuais mostram que cada vez mais a escola, da forma como ela se encontra estruturada, não revela ser o lugar adequado para responder às demandas da sociedade.
Posto isso, que elementos estruturantes devem conter num estabelecimento de ensino, público e privado, para que ele possa ir além da transmissão de conteúdos e da memorização de fórmulas que na maioria das vezes terão pouca utilidade na vida cotidiana depois de adulto.
Para pensarmos num sistema educativo onde sua função primordial seja a de receber e dar respostas às demandas educativas de uma clientela com realidades pessoais e sociais completamente diferentes, isso nos conduz imediatamente a uma estrutura de caráter flexível, que seja capaz de se adaptar aos estudantes, onde os educandos encontrem o ambiente propício para desenvolverem suas capacidades intelectuais e emocionais.
O grande desafio hoje é como fazer com que um grupo social diversificado, receba sua formação educacional em um mesmo estabelecimento escolar.
O primeiro passo a ser dado é assumir que a formação educacional a ser aplicada não pode ser igual para todos. Seria uma falácia insistir numa educação igual para todos.
Isso porque não há princípio de desigualdade maior, do que tratar a todos do mesmo modo, ou seja, ter a pretensão que todos devem aprender a mesma coisa no mesmo tempo e espaço.
É preciso levar em consideração que no processo de ensino-aprendizagem tem grande influência o contexto social e cultural do estudante, seu estado emocional, suas experiências anteriores e até as suas condições físicas.
Com isso claro, um dos principais desafios educativos da sociedade atual consiste na possibilidade de lidar com a diversidade no contexto da sala de aula. Como romper com as velhas tradições de uma escola homogeneizante, individualista e castradora dos saberes empíricos.
A escola precisa se transformar num centro de formação social, que possibilita o diálogo entre os diferentes saberes e comportamentos étnico-culturais. Deve fazer com que o estudante tenha interesse de saber e entender os problemas sociais e buscar caminhos de superação.
Mesmo diante dos avanços tecnológicos, precisamos formar indivíduos preparados para lidar e entender os diferentes contextos sócio-culturais e adaptar-se às mudanças que o mundo globalizado vem exigido no dia a dia de toda a sociedade.
O grande desafio da sociedade atual consiste em superar, no contexto da formação educacional, a perspectiva mecanicista e academicista que muitas escolas ainda trabalham, procurando implementar um modelo de educação que respondas as demandas e finalidades educativas deste novo século.
Elias Januário é doutor em Educação, professor de Antropologia da Unemat e escreve às sextas-feiras em A Gazeta. E-mail: eliasjanuario@terra.com.br
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