O papel feminino na arte
Uma criação artística é, com certeza, uma forma de comunicação, de transmissão de mensagem, um recurso expressivo que possibilita interagir, mesmo que seja apenas no plano do sentir. A arte expõe as verdades humanas, e é justamente esta franqueza que tem o poder de atrair, perturbar ou encantar.
A arte, como uma construção, edificase não só com um exercício laborioso, às vezes assistido por técnicas específicas, mas também se faz com um moldar das emoções e impressões advindas de tudo o que nos rodeia. Dentro deste contexto em que se conceitua a arte, fica bem harmonioso situar a figura da mulher. A alma feminina dispõe naturalmente, sem emprego de esforço, de um significativo poder de convencimento quando se trata de comunicar e dar materialidade ao que se entende por abstrato, ou seja, ao conjunto de sensações e sentimentos.
Forma de mulher
Soma-se positivamente a este fator a condição de que a mulher, hoje, não é mais alguém que vive à espreita do óbvio ou do inesperado, à espera de liberação ou de aprovação para seguir em frente. A mulher é, sim, na sociedade atual, um ser que se atreve ao mergulho no mar fecundo das criações.
E quando ela se inclina para o ofício da arte, com muita propriedade consegue dar formas, nuances e sopro de vida às sensações que deseja exprimir. Tudo flui de sua essência in natura, cuja imensa capacidade de doação de si mesma lhe faz ultrapassar os próprios limites.
Nesta época em que se constata o avanço feminino nos vários campos de ação, percebe-se que a arte é, para a mulher, mais uma possibilidade de reencontro com sua plenitude e com sua realização pessoal. Constitui-se também em mais uma oportunidade para que se coloque em dia consigo mesma em relação ao seu papel e ao seu compromisso social enquanto cidadã.
Arte e luta feminina
Mulheres que laboram a sua ar te demonstram uma postura de luta dentro da história, pois sabemos que o(a) artista, através de sua obra, imprime sua marca, seu estilo, podendo, às vezes, até romper com as normas vigentes.
Registros históricos revelam que a partir desse movimento se tem eliminado as repetições e criado novas concepções, novos estilos de vida ou até mesmo novos estilos de comportamento social. Inclusive cabe aqui citar um fato acontecido ainda no ano de 1917 e que marcou o protagonismo feminino no terreno da arte, já naquela época. Foi quando uma exposição de telas de Anita Malfatti causou espanto e alvoroço por parte do público e dos críticos devido à característica de seus traços: fortes e modernos. Depois, alguns anos à frente, ela uniu-se aos modernistas, tornandose também uma figura de vanguarda na Semana de Arte Moderna e importante personalidade do Modernismo.
De lá para cá, muita arte se produziu e muitas outras mulheres também se celebrizaram,o que nos mostra que o expressionismo artístico tem sido um importante conduto para este processo evolutivo que, aos poucos, vai eliminando em todos os segmentos sociais as desigualdades determinadas pela diferença de gênero.
Enfim, seguramente poderia se dizer que a arte é, ainda, um canal que permite de forma sutil a penetração do ser humano na complexidade do universo social, possibilitando-lhe interferir nele, construir e desconstruir, refazer o sentido da vida. E esta necessidade de criar e recriar que a arte proporciona, tanto para o homem quanto para a mulher, lhes é tão própria quanto a condição de viver!
Algumas mulheres que marcaram a arte brasileira
Adélia Prado - poetisa
Cacilda Becker - atriz de teatro
Chiquinha Gonzaga - compositora e pianista
Cora Coralina - poetisa e cronista
Emilinha Borba - cantora de rádio
Hilda Hilst - jornalista, poeta e ensaísta
Nélida Pinõn - primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras
Ruth Escobar - criadora do Teatro Popular Nacional
Tarsila do Amaral - pintora e desenhista
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