Conflitos deixam 28 milhões de crianças sem estudar, diz Unesco
G1
Relatório da Unesco divulgado nesta terça-feira (1º), em Nova Iorque, apontou que 28 milhões de crianças em todo o mundo ficam sem estudar devido aos conflitos armados nos países pobres. Elas também são expostas ao risco de serem vítimas de violações e violência sexual, de ataques direcionados a escolas e outros atentados contra os direitos humanos.
O relatório “A crise oculta: Conflitos armados e educação” mostrou também que o mundo não está no caminho para atingir até 2015 os seis objetivos de Educação para Todos, assinados por mais de 160 países em 2000, entre eles o Brasil. Apesar dos progressos em diversas áreas, a maioria dos objetivos ainda está longe de ser alcançada, especialmente em regiões devastadas por conflitos.
“Os conflitos armados continuam a ser o maior empecilho para o desenvolvimento humano em diversas partes do mundo, e ainda assim seu impacto na educação é amplamente negligenciado", disse a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova.
Trinta e cinco países foram afetados por conflitos armados entre 1999 e 2008. Crianças e escolas estão na linha de frente desses conflitos, com salas de aula, professores e alunos sendo vistos como alvos legítimos. No Afeganistão, foram registrados no mínimo 613 ataques em escolas em 2009, comparados aos 347 em 2008. Insurgentes no noroeste do Paquistão realizaram numerosos ataques contra escolas femininas, incluindo um no qual 95 meninas foram feridas. No norte do Iêmen, 220 escolas foram destruídas, danificadas ou saqueadas durante as batalhas entre o governo e as forças armadas rebeldes em 2009 e 2010.
"As escolas se tornaram alvos diretos dos conflitos armados. No Afeganistão e em parte do Paquistão, por exemplo, eles são contrários à escolarização de mulheres. Desse modo, as escolas além de alvos militares, tornam-se alvos políticos", afirmou o coordenador de educação da Unesco no Brasil, Paolo Fontani.
Violência sexual
O estupro e outras violências sexuais têm sido utilizados como tática de guerra em diversos países. A insegurança e o medo associados à violência sexual mantêm principalmente as jovens fora da escola.
Dos estupros relatados na República Democrática do Congo, um terço envolve crianças (e 13% são contra crianças abaixo de 10 anos). O número de estupros não relatados em áreas afetadas por conflitos ao leste do país pode ser de 10 a 20 vezes superior ao de casos denunciados.
O relatório alerta que as falhas na educação alimentam os conflitos. De acordo com a pesquisa, em diversos países afetados, mais de 60% da população possui idade inferior a 25 anos, porém os sistemas educacionais não fornecem aos jovens as habilidades que eles necessitam para escapar da pobreza, do desemprego e do desespero econômico que geralmente contribui para conflitos violentos.
Para o coordenador Paolo Fontani, também é necessário aumentar os valores destinados à educação para a reconstrução de países pós-conflitos, e as escolas têm de ser uma necessidade imediata. "A educação é fundamental para construção de valores de tolerância, convivência e sociedade de paz. Não é só desenvolvimento humano, mas é um processo fundamental para reparar grandes desgastes que uma guerra provoca no corpo e na alma das pessoas. A educação forma cidadãos."
Brasil
O estudo sobre os conflitos armados não inclui dados sobre o Brasil. Apesar de estar fora da rota das guerras, o Brasil apresenta números pouco positivos.
Em 2007, de acordo com a Unesco, 682 mil crianças, com idades entre 7 e 10 anos, estavam fora da escola no Brasil. Metade das crianças fora da escola em todo mundo se concentra em 15 países - o Brasil é um deles.
Em 2008, apenas 48% das crianças entre 4 e 6 anos que compreendem a educação infantil, estavam fora da escola.
A maioria dos adultos analfabetos se concentra em 10 países, entre os quais o Brasil, que apesar de ter reduzido em 2,8 milhões a população analfabeta entre 2000 e 2007, ainda tinha 14 milhões de analfabetos em 2007.
O relatório “A crise oculta: Conflitos armados e educação” mostrou também que o mundo não está no caminho para atingir até 2015 os seis objetivos de Educação para Todos, assinados por mais de 160 países em 2000, entre eles o Brasil. Apesar dos progressos em diversas áreas, a maioria dos objetivos ainda está longe de ser alcançada, especialmente em regiões devastadas por conflitos.
“Os conflitos armados continuam a ser o maior empecilho para o desenvolvimento humano em diversas partes do mundo, e ainda assim seu impacto na educação é amplamente negligenciado", disse a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova.
Trinta e cinco países foram afetados por conflitos armados entre 1999 e 2008. Crianças e escolas estão na linha de frente desses conflitos, com salas de aula, professores e alunos sendo vistos como alvos legítimos. No Afeganistão, foram registrados no mínimo 613 ataques em escolas em 2009, comparados aos 347 em 2008. Insurgentes no noroeste do Paquistão realizaram numerosos ataques contra escolas femininas, incluindo um no qual 95 meninas foram feridas. No norte do Iêmen, 220 escolas foram destruídas, danificadas ou saqueadas durante as batalhas entre o governo e as forças armadas rebeldes em 2009 e 2010.
"As escolas se tornaram alvos diretos dos conflitos armados. No Afeganistão e em parte do Paquistão, por exemplo, eles são contrários à escolarização de mulheres. Desse modo, as escolas além de alvos militares, tornam-se alvos políticos", afirmou o coordenador de educação da Unesco no Brasil, Paolo Fontani.
Violência sexual
O estupro e outras violências sexuais têm sido utilizados como tática de guerra em diversos países. A insegurança e o medo associados à violência sexual mantêm principalmente as jovens fora da escola.
Dos estupros relatados na República Democrática do Congo, um terço envolve crianças (e 13% são contra crianças abaixo de 10 anos). O número de estupros não relatados em áreas afetadas por conflitos ao leste do país pode ser de 10 a 20 vezes superior ao de casos denunciados.
O relatório alerta que as falhas na educação alimentam os conflitos. De acordo com a pesquisa, em diversos países afetados, mais de 60% da população possui idade inferior a 25 anos, porém os sistemas educacionais não fornecem aos jovens as habilidades que eles necessitam para escapar da pobreza, do desemprego e do desespero econômico que geralmente contribui para conflitos violentos.
Para o coordenador Paolo Fontani, também é necessário aumentar os valores destinados à educação para a reconstrução de países pós-conflitos, e as escolas têm de ser uma necessidade imediata. "A educação é fundamental para construção de valores de tolerância, convivência e sociedade de paz. Não é só desenvolvimento humano, mas é um processo fundamental para reparar grandes desgastes que uma guerra provoca no corpo e na alma das pessoas. A educação forma cidadãos."
Brasil
O estudo sobre os conflitos armados não inclui dados sobre o Brasil. Apesar de estar fora da rota das guerras, o Brasil apresenta números pouco positivos.
Em 2007, de acordo com a Unesco, 682 mil crianças, com idades entre 7 e 10 anos, estavam fora da escola no Brasil. Metade das crianças fora da escola em todo mundo se concentra em 15 países - o Brasil é um deles.
Em 2008, apenas 48% das crianças entre 4 e 6 anos que compreendem a educação infantil, estavam fora da escola.
A maioria dos adultos analfabetos se concentra em 10 países, entre os quais o Brasil, que apesar de ter reduzido em 2,8 milhões a população analfabeta entre 2000 e 2007, ainda tinha 14 milhões de analfabetos em 2007.
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