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Na semana passada vimos que um garoto em São Paulo assassinou
outra pessoa, há poucos dias de completar 18 anos, portanto, será julgado como
menor. Desde então, passamos a refletir novamente sobre a possibilidade de
redução da maioridade penal.
Como advogado e formador de opinião, não tenho medo de dizer
que sou favorável à redução da maioridade penal. Sei que a redução, por si só,
não vai solucionar o problema dos jovens delinqüentes. Também tenho a convicção
de que o correto seria investimento maciço em educação, mas para isso seria
necessário elevados recursos financeiros, o que, de fato, está longe de
acontecer.
É inegável, também, que o sistema penitenciário é deficiente,
mas assim o é para todos, seja para os que possuem idade entre 16 e 18 anos,
como para os maiores de 18.
Não é de hoje que o sistema está longe do ideal e não cumpre a
sua função de reeducação, contudo, perante o cenário atual, temos que levar em
consideração que um adolescente de 16 anos já sabe discernir o certo do errado.
Pois bem, uma pessoa que sai às ruas com uma arma de fogo na
mão predisposta a praticar assaltos, com certeza sabe que está agindo de maneira
errada. Será que essa pessoa se colocou no lugar da vítima?
A solução mais rápida é a reclusão, pois o que acontece é que
tais jovens retornam rapidamente às ruas e continuam a cometer novos delitos,
fazendo novas vítimas e causando mais injustiça social. O sistema penitenciário
é sim muito ruim, mas deixá-los soltos por aí com essa mente criminosa não é a
melhor solução.
Aos que dizem que com a redução da idade penal o menor de 18
anos e maior de 16 não terá a chance de ser reeducado pelo fato de ficar
encarcerado junto com criminosos de maior idade, vale lembrar que as
instituições para menores infratores viraram uma espécie de ‘escola do crime’.
A lei eleitoral e a própria Constituição asseguraram a
maioridade política a partir dos 16 anos, quando permitem aos jovens, nessa
idade, escolher seus governantes. Com 16 anos, eles com certeza também já têm
discernimento da gravidade que está cometendo quando tira a vida de alguém.
Ainda nesta semana, este debate foi trazido para o plenário da
Câmara para discussão e ressaltei que não estamos discutindo o sistema
prisional, mas, na minha opinião, a redução da maioridade penal é uma medida
necessária para que jovens delinqüentes não voltem a praticar crimes, muitos
deles hediondos.
Se esse assunto não for novamente discutido pelos governantes e
pela sociedade, vamos continuar tratando delinqüentes de 17 anos e 11 meses e 29
dias como apenas um ‘ adolescente mal educado’ e delinqüentes que acabaram de
completar 18 anos já como um ‘adulto homicida’.
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sexta-feira, 19 de abril de 2013
Apenas adolescentes mal educados?
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