segunda-feira, 15 de abril de 2013
MT - Denúncias revelam situação precária de escolas estaduais e municipais em MT
JULIANA RADEL
Um levantamento da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) aponta que de 730 escolas estaduais, 80 encontram-se em situação precária. Outras escolas também sofrem intervenções na estrutura física e dificuldades que comprometem o aprendizado dos alunos.
As péssimas condições de infraestrutura também se dão ao fato de empresas abandonarem as obras. Na sexta feira (26) haverá uma Assembleia Geral para votar se vai haver greve ou não diante do problema.
As denúncias das condições alarmantes de alguns colégios estão sendo feitas desde 2004. Foram protocolos vários dossiês e entregues ao Ministério Público (MP). Segundo o ex-presidente do Sintep-MT, Gilmar Soares Ferreira, o governo alega “que os cronogramas das reformas estão dentro do prazo estimado”.
Divulgação/SintepVG
Em fevereiro, professores e líderes sindicais protestaram por problemas em escolas
Na cidade de Várzea Grande, em um total de 75 escolas municipais praticamente todas possuem problemas com os telhados e na rede elétrica, o que dificulta o uso dos laboratórios.
Outro problema apontado é a situação de professores que passaram em concursos públicos no ano de 2010 e até hoje não foram convocados pelo governo para começarem a trabalhar. “Falta vontade política, pois contratar professores temporários sai mais barato para o governo”, ressalta Gilmar.
PARALISAÇÃO
Entre os dias 22 e 26 de abril vai haver paralisação dos profissionais em Mato Grosso que vão acompanhar a greve nacional promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
A paralisação tem como objetivo protestar o reajuste no piso salarial proposto pelo governo de 8% dos professores. Com isso, o salário mínimo dos professores passaria de R$ 1.452,95 para R$ 1569,18.
Durante a paralisação o Sintep vai percorrer os municípios que estão com as escolas em situações precárias para reivindicar seus direitos de melhorias.
MUNICÍPIOS
De acordo com a assessoria, as 720 unidades da rede estadual localizadas na zona urbana e rural são adequadas para atender cerca de 500 mil pessoas, entre alunos e funcionários que dependem diretamente do ambiente escolar somente na rede estadual.
São aproximadamente 450 mil estudantes matriculados e 50,6 mil técnicos, apoios administrativos e professores que circulam, estudam e desenvolvem atividades educativas.
Hugo Dias/HiperNotícias
Sindicalistas também cobram contratação de professores do concurso de 2010 para escolas estaduais
As precárias estruturas de alguns colégios em Mato Grosso são variadas, desde escolas que estão à espera de reforma, passando por reformas mal feitas, prédios provisórios sem condições mínimas para permitir os estudos e unidades pequenas, que não comportam mais a demanda de alunos.
Cidades que servem de referência nas regiões como Sinop, Sorriso e Barra do Garças, também estão no rol de escolas em condições críticas. Outros municípios como Pontes e Lacerda, Peixoto e Azevedo, Claudia, Colniza, Vila Rica, Jaciara e Rosário Oeste possuem unidades em funcionamento em prédios precários.
ESCOLAS NECESSITAM URGENTE DE REPAROS
Escola Maria Macedo Rodrigues, localizada no Mapim em Várzea Grande, que conta com estrutura inapropriada. Desde a fundação em 1983 a unidade nunca passou por reforma estrutural. O prédio ainda é baseado em madeira, a cobertura é com telhas de amianto. Quando ocorre chuva as salas ficam com o uso comprometido.
Escola da zona rural Florestan Fernandes, fixada no assentamento Doze de Outubro em Claudia. Desde que foi construída pela comunidade há anos o prédio é feito à base de madeiras de compensado, telha de amianto e forro.
A comunidade escolar não tem condições mínimas para enfrentar o calor e a cozinha apresenta sérios problemas. Até hoje o projeto de construção da unidade não tem expectativa de sair do papel.
Aline Marques da Silva
Alunos de escolas estaduais enfrentam condições de funcionamento de prédios em cidades de Mato Grosso
Em Pontes e Lacerda, a situação de precariedade provocou o atraso em 1 mês no início do ano letivo de 2013 devido às péssimas condições dos prédios. A Escola Estadual Mário Spinelli apresenta problemas principalmente na rede elétrica. Há necessidade de um transformador para aumentar a capacidade de distribuição de energia, mas até o momento sem solução.
Em Barra do Garças das 16 escolas estaduais 4 estão em estado crítico. A Escola Estadual Luciene Cardoso de Oliveira está com o telhado horrível e portas quebradas.
Em Sinop as 18 escolas estaduais apresentam gargalos diversos. Existem desde obras paralisadas até aparelhos de ar-condicionado encaixotados devido à insuficiência da rede.
BAIXADA CUIABANA
Em Rosário Oeste, a Escola Estadual João Calixto Bernardes está com sérios problemas, pois não recebeu reforma desde a fundação na década de 80. As condições de atendimento aos alunos agravam quando são avaliadas as salas anexas da educação do campo, em prédios da rede municipal.
Em péssimas condições de funcionamento, expostos a chuvas e sol, educadores e alunos convivem em escolas sem teto, carteiras, água, segurança.
A Escola Estadual Coronel Ondino Rodrigues Lima de Ribeirão Cascalheira está sem telhado nas salas administrativas. Por causa do desabamento do teto há 2 anos em torno de 80 vagas deixaram de ser ofertadas no ensino fundamental, porque 3 salas de aula tiveram que dar espaço à administração. A escola atende 1.060 alunos em 3 turnos.
Na semana passada, os professores de Nova Olímpia entraram em greve com o objetivo de prrotestar o salário mínimo pago aos professores. As melhorias nas condições de infraestrutura para o ensino também fazem parte da pauta de reivindicações.
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