Da Redação
Noventa por cento das 739 escolas da rede estadual de ensino em Mato Grosso passam por problemas estruturais e de falta de profissionais que ainda não têm data para solução. Em 80 delas a Secretaria de Estado de Educação declarou estado crítico.
Entre os dias 22 e 26 de abril os servidores da educação pública do Estado irão realizar uma paralisação coletiva por melhores condições de trabalho. A mobilização nacional ocorre nos dias 23, 24, e 25 do mesmo mês. Com a paralisação, apenas na rede estadual mais de 450 mil alunos ficarão sem aulas, com possibilidade de que a greve se estenda por tempo indeterminado.
Professores despreparados, falta de bibliotecas e laboratórios de informática prejudicam a aprendizagem de até 50% dos alunos. Galpão de oficina mecânica utilizado como escola, prédio interditado que ainda é usado como unidade escolar, falta de banheiros, muros e até mesmo telhado quebrado podem ser encontrados em escolas por todo o Estado.
O resultado da falta de capacitação dos profissionais e infraestrutura básica podem ser vistos nos resultados do último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) onde a média das escolas públicas estaduais nos anos iniciais foi de 5,1 contra 6,3 do ensino privado. Nos anos finais dos ciclos (5ª e 9ª anos do ensino fundamental e 3º ano do ensino médico) a diferença é ainda maior: 4,3 no ensino público e 5,9 nas escolas particulares.
Em Ribeirão Cascalheira (990 km a leste da Capital), as denúncias de irregularidades têm 2 anos, quando foi realizada a última reforma na Escola Estadual Coronel Ondino Rodrigues Lima, onde parte do telhado caiu e o resto da estrutura está condenada. No local, 1.006 alunos estudam e, segundo a secretária de finanças da subsede do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Ana Lúcia Antônia da Silva, alunos e servidores vivem com medo por causa da estrutura do local.
Em Cláudia (620 km ao Norte), os problemas estão nas 3 escolas rurais que há mais de 3 anos funcionam em estruturas improvisadas. Na Escola Estadual Irmã Doroth Stang, foi utilizado o galpão de uma oficina mecânica para abrigar as salas. Os 2 únicos banheiros ficam do lado de fora da unidade e nos dias de chuva é preciso correr para utilizá-los.
Caso semelhante acontece na Escola Estadual Florestan Fernandes e suas salas anexas, que foram construídas de madeira compensada pelos próprios moradores do assentamento 12 de outubro. Nas chuvas desse ano duas salas caíram. A cozinha improvisada fica em um barraco de tábuas.
Em Lucas do Rio Verde (354 km ao Norte) a situação é incomum. Escolas estaduais novas com laboratórios de informática e bibliotecas. Porém, vários prédios foram reformados e construídos pela Prefeitura da cidade, que destina recursos para a educação estadual.
Outro lado - A assessoria da Secretaria de Estado de Educação informou que as obras emergenciais seguem cronograma e até o final de 2014 todas as escolas estarão em condições de funcionamento.
segunda-feira, 15 de abril de 2013
MT - Levantamento revela que 90% das escolas de Mato Grosso tem falhas estruturais
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