No mundo do trabalho não é fácil a relação entre quem manda e quem é mandado. Há tensão, desconfiança, provocação, os dois lados achando que estão certos, agindo com arrogância e resistência. Ignorando soluções do tipo “ganha-ganha”, a harmonia é quebrada, a motivação sufocada e a produtividade vai ladeira abaixo...
Sem querer fazer apologia de certos mandões, vale a pena saber como pensam e agem. Claro, espera-se que eles, lá em cima, no Olimpo, tomem a iniciativa e tentem entender a cabeça da turma do andar de baixo.
Isso facilita as coisas e melhora o clima organizacional, promovendo o alinhamento das ações e o atingimento dos objetivos organizacionais.
O pensador corporativo Ilie Gilbert faz colocações curiosas, mostrando como deve ser o comportamento dos subordinados na ótica de alguns “líderes”:
1. Uma dificuldade que o líder terá com os subordinados não é convencê-los a suportá-lo como líder, mas fazê-los suportarem-se entre si.
2. A crise de liderança é causada pela escassez de subordinados competentes. Isso obriga o líder a fazer coisas que são do subordinado, perdendo tempo na sua determinação de ser um bom líder.
3. Proteger o líder não significa isolá-lo. Subordinados eficientes são aqueles que facilitam os contatos do líder, não aqueles que o mantém escondido, agindo como seguranças.
4. O líder deve evitar o desgaste. Medidas impopulares precisam ser delegadas aos subordinados, que ao ficarem desgastados, serão inevitavelmente substituídos.
5. O líder que organiza a sua própria equipe é, invariavelmente, acusado de pretender implantar uma oligarquia.
6. As dificuldades do líder vêm dos subordinados que depois de dizerem “sim”, começam a dizer “sim, mas”. Os que dizem “sim, mas” causam mais problemas do que aqueles que dizem apenas “não”.
7. O líder não tem culpa se não pode ver tudo, o tempo todo. Isto é tarefa de subordinados competentes.
8. Ao fazer o subordinado agir com liderança e desenvoltura, o líder corre o risco de se deparar com atitudes audaciosas e de enfrentamento. Pulso firme recolocará o subordinado no devido lugar. Mas Gilbert é “justo”, reservou petardos para os mandachuvas. Aí vão algumas pérolas:
9. O líder nunca é neutro, constrói ou destrói. Não tendo capacidade para construir, ele simplesmente destrói o que outros construíram, justificando isso como “algo que já deveria ter sido feito há muito tempo”.
10. Para chegar em cima, o líder precisa prometer coisas que nunca poderá fazer. Para se manter em cima, precisará fazer coisas que nunca poderia ter prometido. Vai ter que se virar!
11. Os subordinados são o que são. Tente modificá-los, mas cuidado ao pensar em substituí-los. Em muitos casos, são os subordinados que, agindo como sabotadores [e cumplicidade], promovem a destituição do líder.
Cruel. Mas o fascinante, instigante, irresistível mundo corporativo, tem a sua porção lúgubre. É possível, contudo, mudá-lo, melhorá-lo. Com disposição e boa vontade de todo mundo, de quem manda e de quem é mandado.
Em outro artigo abordaremos o comportamento dos líderes sob a ótica dos subordinados. Por enquanto, boa sorte a todos nós!
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Teo Pereira Neto
teodoro@opet.com.br
Diretor de Comunicação do Instituto Opet e Cidadania.
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