sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Poder, estado e nação!

Marcos Schneider

Na medida em que a Democracia se impõe e avança em novos modelos, talvez hoje mais do que nunca, uma nova Geopolítica pode se firmar na contemporaneidade, a começar pelo fato de que a ideia de Território (espaço físico delimitado, de construção da relação sociedade e meio ambiente) pode e deve ser utilizado a serviço da Democracia de uma Nação seja ela, por intermédio de uma luta pela manutenção dos direitos e valores de cidadania de grupos sociais diversos que foram por inúmeras razões, discriminados, ignorados, excluídos no decorrer de sua história ou no avanço de uma democracia consolidada e a serviço do desenvolvimento sociopopulacional.

Os conflitos e contradições que afetam esses grupos, entre si e com os demais, quase sempre têm uma relação direta com um determinado Território por meio da qual, cada indivíduo ou um grupo social o administra e o representa. Somando tudo isso, não podemos ignorar as repercussões que tais escolhas e ações ocorridas em “determinados territórios” provocam na cena mundial, principalmente no ponto de vista social, econômico e ambiental (consequências de um Mundo Globalizado).

Exercer a cidadania é, sobretudo, atuar politicamente, resgatando os debates em praça pública, na sua representação eleitoral, etc., vendo-se a si mesmo e ao próximo como seres humanos indivisos, livres, iguais, éticos e moralistas para os quais a ideia de território faz sentido na medida em que os leva a refletir sobre a sua fragilidade e potencialidade.

Fica claro que o seu grande desafio é construir uma convivência sadia e democrática no planeta, onde a complexidade dos diversos territórios e suas nacionalidades podem ser respeitadas por essa Nova Geopolítica, que se compromete e valoriza ações políticas, raciais, ambientais, etc., no conjunto do tecido social, ameaçado pela banalização da violência e pela progressão de atos terroristas na arena mundial, assim como pelo desrespeito às condições ambientais e morais sociais, o que ilustra perfeitamente a arrogância humana no reduzir o nosso planeta a um objeto de exploração.

Rever a arrogância humana também requer a compreensão de que o Território e a idéia que se fazem dele, deve estar a serviço da construção de uma convivência democrática na Terra, o que demanda o resgate do caráter político da ação humana.

É nessa perspectiva, uma outra Geopolítica ganha sentido na contemporaneidade.

- Artigo inspirado em publicações de Milton Santos.


Marcos Schneider

mschneider@sanepar.com.br

Geógrafo, especialista em Geoprocessamento e Geografia Ambiental e professor de Geografia da Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná.

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