quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Para continuar avanço, investimento no professor tem que ser prioridade, diz Haddad

Redação 24 Horas News

As conquistas em educação alcançadas pelo Brasil na última década, apontadas pelos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) divulgados hoje (7), dependem de investimentos estratégicos para seguir avançando. Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, a valorização do professor deve ser um dos focos de ação nos próximos anos.

A prova é aplicada a cada três anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e avalia o conhecimento de estudantes de 15 anos de idade em matemática, leitura e ciências. No ano passado participaram 65 países. Na média entre as três disciplinas o Brasil atingiu 401 pontos – foi a terceira maior evolução entre os participantes do período 2000-2009. A meta estabelecida pelo próprio Ministério da Educação (MEC) é chegar a 473 pontos em 2021.

“A remuneração dos professores no Brasil tem que fazer o país reconhecer que dificilmente vamos chegar às metas de 2021 sem enfrentar essa questão de maneira decisiva. Nenhum país de alto desempenho educacional paga aos seus professores um salário menor do que a média das outras profissões de nível superior. No Brasil, o salário do professor é 40% menor” comparou.

Além do investimento nos docentes – tanto na formação quanto na remuneração – o ministro destaca a necessidade de ampliação da pré-escola. Uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) aprovada neste ano determina que até 2016 todas as crianças deverão estar matriculadas na escola a partir dos 4 anos de idade – hoje a obrigatoriedade é a partir dos 6.

“Já está provado que a pré-escola tem impacto importante no desempenho dos alunos quando eles chegam ao ensino fundamental. A ampliação da obrigatoriedade vai atender as camadas mais pobres, sobretudo do Nordeste, e isso vai impactar o desempenho dos alunos”, avaliou.

Segundo o ministro, para atingir as metas será necessário grande esforço do país, que precisa aproveitar o movimento atual de avanço. “Até 2012, nós estamos falando de América Latina, estaremos liderando a região [caso as metas sejam atingidas]. A partir de 2012, o jogo muda, aí estamos falando de país europeu, é como estar em outra divisão do campeonato”, comparou. Haddad destacou ainda que alguns países com sistema educacional consolidado, como a Inglaterra, perderam pontos em 2009.

“Nós desperdiçamos um século. Mesmo no pós-guerra, quando os países começaram a investir pesado em educação, nós levamos 50 anos para isso. Agora que estamos vivendo um momento que vai avançar nos próximos governos, porque está caracterizado que o sistema de ensino responde quando você diz o que quer dele e faz os investimentos necessários”, defendeu.

Um comentário:

  1. Em minha humilde opinião, nós perdemos mais uma década em educação, investindo fortemente no ensino médio e superior ao invés de investir no básico.
    Onde estão os candidatos para a vagas de emprego no estaleiro e nas novas indústrias de Suape em Pernambuco? Está faltando ensino básico e não acho que o governo esteja indo na direção correta, por vários motivos, alguns já do conhecimento de todos.
    Os professores, por exemplo, reclamam de remuneração. Não acho que esse seja o maior problema: não havendo condições de trabalho, treinamento, desenvolvimento e tecnologia, não há remuneração que melhore o ensino básico.
    Salário é fator desmotivador , mas não motiva nem desenvolve as pessoas.
    Como veem, dá para escrever um livro a respeito de tudo o que o nosso governo vem fazendo de errado em educação. Precisamos cada vez mais de competência nessa área. Hoje, nem um exame nacional de estudantes, decente, o governo consegue fazer...

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