Gilberto Natalini
Chegou ao fim recentemente a COP16, uma reunião internacional em Aruba que contou com a presença dos principais representantes de mais de 190 países em discussões sobre as mudanças climáticas que a Terra tem sofrido e o que pode ser feito para revertê-las. O principal assunto discutido foi o aquecimento global e uma possível reavaliação do Tratado de Kyoto, que vencerá em 2002.
Há 15 anos, o problema apontado em reuniões como a COP16 era bem diferente. Já havia alertas sobre o aquecimento global, porém os buracos da camada de ozônio pareciam preocupar muito mais. Causado pelo uso desenfreado de gases com CFCs ao longo do século XX, os buracos permitem a entrada direta de muito mais raios ultravioletas, que são filtrados pela camada e extremamente perigosos. Um estudo da NASA realizado na década de 90 mostrou que, se os níveis de emissão de CFCs continuassem naquele patamar, a camada de ozônio seria completamente eliminada até 2060.
É importante pontuar que o termo buraco é impreciso, pois não há exatamente um furo na camada, como se ela fosse um lençol. O que há são áreas com baixa concentração de ozônio na parte inferior da estratosfera. A parte superior continua pouco afetada, mas a filtragem de raios ultravioletas é seriamente comprometida.
A ampla divulgação dos estudos sobre o buraco na camada de ozônio e a mobilização mundial em torno do assunto produziu resultados sensíveis. O buraco parou de crescer, está concentrado principalmente no polo sul e, em algumas décadas, deve sumir. Os perigos dos raios ultravioletas também ficaram mais claros para a população, que percebeu a necessidade de se proteger deles independente ou não do buraco.
Apesar de ser muito eficiente, a camada de ozônio não impede a entrada total dos raios ultravioletas. Por isso é importantíssimo proteger-nos do sol diariamente. Os protetores e bloqueadores solares executam muito bem suas funções. Se seguidas as instruções dos fabricantes, eles ajudam a prevenir queimaduras, doenças de pele e até cânceres.
As altas temperaturas do verão, que ultimamente tem sido ainda mais quente devido ao aquecimento global, fazem com que as pessoas se exponham mais. É muito comum ver pessoas circulando sem camisa ou com camisas do tipo regata, que ampliam a área de pele exposta ao sol. As áreas expostas não costumam receber o devido cuidado e ficam sujeitas a altas doses de raios ultravioletas. Além disso, quem opta por manter a camiseta ainda fica com aquelas peculiares marcas de bronzeado, como braço e pescoço queimados e o tronco branco.
A época das férias é ideal para esquecer as preocupações do cotidiano e descansar a mente, porém não podemos deixar de lado os cuidados com a saúde. O protetor solar deve ser aplicado diariamente nas áreas expostas e reaplicado de acordo com as instruções. Também é importante manter a hidratação e procurar não se expor ao sol das 10h e às 16h, período de maior incidência.
Aproveite bastante seu fim de ano com a família e, nas festas, procure beber com moderação, já que o consumo em excesso de álcool prejudica todas as funções do seu organismo. Evite o sol em excesso, proteja-se dos raios ultravioleta e mantenha uma dieta equilibrada com muitos líquidos. Divirta-se e descanse para começar 2011 com o pé direito!
Gilberto Natalini natalini@natalini.com.brMédico pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e vereador (PSDB) em São Paulo.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
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