Andréa Haddad
Após a tentativa mal sucedida de encerrar a greve dos servidores da Educação, o governo estadual emitiu nota em que alega falta de recursos para atender à reivindicação da categoria, que exige reajuste salarial de 15%. Durante a manhã desta quarta (8), representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública de Mato Grosso (Sintep-MT) abandonaram a reunião com o secretário-chefe da Casa Civil, José Lacerda, na Assembleia, quando o representante do Executivo reapresentou a contraproposta de recomposição imediata de 10% e outros 5% em dezembro.
O governo alega que a folha salarial já consumiu 87% dos recursos destinados à educação e admite que há apenas 13% para investimentos, como na reforma e construção de novas salas de aula, merenda e transporte escolar. “O governo considera importante a valorização salarial dos profissionais da Educação. Porém, existem limitações orçamentárias e financeiras que restringem a possibilidade de aumento salarial”, diz trecho da nota.
A recomposição de 15% elevaria para R$ 1,3 mil o piso salarial de todos os profissionais da área. Diante da decisão da categoria em descartar a contraproposta, o governo aponta para o aumento de 81,38%, ao longo dos últimos cinco anos, nos vencimentos de todos os profissionais da Educação, sendo 34,68% de reposição salarial com base na inflação aferida pelo INPC e 46,7% de aumento real.
Contudo, os argumentos não convenceram os profissionais a encerrar a paralisação. Os representantes da categoria alegam que se retiraram da audiência com Lacerda e com a secretária estadual de Educação, Rosa Neide, pela ausência de nova contra-proposta para ser debatida. “(...) diante do fato de que os secretários não apresentaram nova proposta - apenas repetiram os apontamentos feitos na reunião anterior e reafirmaram a proposta encaminhada em 3 de junho, que não contempla a reivindicação da categoria, além de extinguir na prática a carreira única dos trabalhadores da Educação -, a direção do Sintep/MT se retirou da reunião com a equipe do governo do Estado, tendo em vista de que em nada avançaria naquele contexto”, diz trecho da nota divulgada pelo sindicato, presidido por Gilmar Soares Ferreira.
A categoria demonstra indignação decisão do governo de propor recomposição diferenciada para profissionais da mesma área, com implantação imediata do piso de R$ 1,3 mil apenas para os professores com nível médio, enquanto os demais trabalhadores a embolsar a diferença apenas a partir de dezembro deste ano. “Com essa proposta, somente 94 professores e 930 trabalhadores seriam beneficiados, e a situação do Apoio Administrativo não fica clara. Além disso, significa o retrocesso de uma conquista fundamental: a carreira única. Seria o mesmo que rasgar o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), fruto da luta incansável da categoria”, aponta o Sintep.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
MT- Governo alega falta de recurso; professores mantêm paralisação
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