Iza Aparecida Saliés
O debate de domingo parecia ser um momento de apresentação de propostas de governo, mas para alegria de uns e tristeza de outros foi um misto de acusações, agressivas, insultos e algumas atitudes controladas.
Serra, no começo do debate, tentou tomar o rumo para apresentar ações programadas para sua gestão, descrevendo com clareza utilizando estratégias perfeitas para lidar com a calorosa, esquentada concorrente. Queria explicar o programa, as estratégias e metodologias para a realização das ações programadas para seu governo.
Mas, a Dilma, chegou com o intuito de provocar o Serra, lembrando fatos do tempo de FHC, passado, e insistindo em dizer que o candidato é a favor das privatizações, coisa que poucos sabiam, as manobras realizadas pelo governo Lula para a compra dos bancos. Este é um assunto temeroso para os funcionários das estatais brasileiras.
Como a organização do debate deixava em aberto as perguntas de candidato para candidato, os mesmos, procuraram focar em assuntos que eles sabiam abordar com propriedade, para possíveis revides ou condições de expor melhor o tema que dominam.
Lógico, como manobra política, Serra teve que cutucar Dilma nos pontos cruciais, que ela pouco dominava, como saúde, educação e segurança, são setores de fundamental importância para o povo tanto da classe a, b, c, d, f e g, as respostas foram evasivas, sem propriedade, demonstrando total desconhecimento das especificidades dos órgãos em debate.
Lamentável assistir um debate programado para ser um grande evento, e a candidata Dilma desesperada insistiu em insultar o adversário com inverdades, coisa que irritou que estava assistindo. Quando Dilma afirmou que Serra não estimulou a continuidade do Programa Escola de Tempo Integral em São Paulo, ela demonstrou saber pouco ou quase nada sobre educação, esse programa deve ser de Política de Governo Federal, considerando sua amplitude de investimentos e de competências, ou seja, essa é uma atribuição do Governo Federal e não só, dos Estados. Precisa de muitos recursos para garantir uma criança na escola o dia todo, o custo aluno dobra. Se a educação está péssima apenas com um turno, como será o dia todo?
Dificilmente o Brasil vai implantar esse Programa Escola de Tempo Integral, pelo menos agora, elas são caras, as escolas precisam ter estruturas próprias, banheiros com chuveiros, salas de repouso, alimentação, almoço, janta, lanches e mais, precisaríamos dobrar o número de construções.
Como vamos ficar com uma criança o dia inteiro na escola se as salas de aula são ocupadas com alunos no contra turno e são lotadas? E o espaço para as crianças descansarem depois do almoço? E o transporte escolar?
É sério, assuntos com escola de tempo integral, valorização de professores são assuntos convenientes em época de campanha, sabemos disso, mas não ficou claro, o que vai fazer? Como vai fazer?Não disse o que vai fazer para melhorar a educação no país.
O Serra comportou como um estadista, elegante, com classe, fez perguntas pertinentes, demonstrou que está preparado para governar o país, enquanto que a Dilma pareceu agitada, nervosa e mais, desesperada, não pode levar o padrinho Lula debaixo do braço ficou perdida, agiu com agressividade, provocando constantemente o seu adversário.
O preparo Serra ao tratar dos assuntos do país com profundidade e conhecimento de causa teve que ser interrompido para responder acusações indevidas, ainda assim, mesmo com colocações apimentadas da Dilma, tentou mudar o ruma da prosa, várias vezes deixando focar na finalidade maior do evento, discutir Programas de Governo.
Seu jeito caldo e perspicaz fez de Serra o ator principal do evento, além de apresentar propostas contundentes, explicou como clareza como vai fazer para melhorar o país. Era isso que queríamos ouvir e ver, dela também. Se fosse solicitado dele aprofundamento das questões discutidas, ele estava preparado para tal.
Com Dilma colocou as questões no debate, não ficou claro se eram perguntas ou acusações. Quando Serra abordou sobre o tráfico de drogas e armas nas fronteiras brasileiras com os países vizinhos, divagou, respondeu superficialmente, foi inconsistente e desprovida de conhecimento técnico.
Disse ainda, que o governo está vistoriando as fronteiras do país com radares, aviões, utilizando a guarda local de modo a garantir a ordem nacional, mas por ser governo precisava desenvolver ações mais afirmativas, com ajuda do exército.
Vi que as ações para o controle do contrabando de armas e drogas que ela propõe são paliativas, a famosas gambiarras, coisa pequena, utilizando a estrutura do estado, que está na capa da gaita, sem dinheiro, pobre, sem armamentos, falta tudo.
E para arrebentar, ao responder, Serra explicitou suas propostas de âmbito federal, estadual e municipal para equacionar a questão.
Será que a classe e, f, g, compreendeu de fato as discussões que fluíram no debate? Ou confundiram com briga rinha de galinha contra galo? Na rinha a galinha provocava o galo, e este, precisa demonstrar que tinha que lutar sem deixar perceber que precisa ferir de morte a galinha. E assim foi feito, com muita maestria.
Veja bem, sou eleitora participativa, que observa, acompanha e analisa os acontecimentos por curiosidade, porém, procuro entender os meandros das discussões em evidência, e neste caso o debate avalia como um momento de mostrar que é o candidato de verdade, sem disfarce, sem cola, sem padrinho sem ponto eletrônico, sem nada, na mais pura cara limpa.
Assim sendo, ganha que souber lidar com as emoções, com o temperamento e que domine o conhecimento do que está defendendo ou apresentando aos eleitores.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
A maquiagem do mau: Dilma no debate da BAND
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