Dados compilados pelo movimento Todos Pela Educação apontam que a universalização desse estágio exige esforço extra
Nathalia Goulart
A universalização do ensino básico no Brasil ainda exigirá esforços. É isso que mostra o relatório do movimento independente Todos Pela Educação divulgado nesta quarta-feira, com dados relativos a 2009. Apesar de o acesso à escola estar praticamente universalizado (97,7%) na faixa etária compreendida entre 6 e 14 anos, a taxa cai para 91,9% quando se analisa toda a educação básica. Isso significa que ainda 3,7 milhões de crianças e jovens de todo o Brasil ainda não estão na escola.
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Quem puxa para baixo essa taxa é o ensino médio. Nesse estágio, apenas 82,2% dos jovens entre 15 e 17 anos estão matriculados. O maior atendimento é registrado na região Sudeste (84,8%) e a menor, no Sul (79,4%).
O relatório aponta ainda que a frequência escolar está diretamente ligada à renda. Apenas 86,7% das crianças e jovens com idades entre 4 e 17 anos que compõem famílias sem rendimento estão na escola. A participação chega a 97,9% entre aquelas cuja renda familiar per capita supera cinco salários mínimos. "Precisamos reduzir essas diferenças porque a universalização real da educação é o primeiro passo para termos uma educação de qualidade", aponta Priscila Cruz, diretora-executiva do movimento.
Idade – Outro ponto de destaque do relatório mostra a defasagem de uma parcela considerável da população em idade escolar: 63,4% dos jovens com 16 anos têm ensino fundamental completo. Mas somente 50,2% de garotos e garotas de até 19 anos concluíram o ensino médio.
Outra vez, o poder econômico é determinante, segundo o relatório. Somente 37,3% dos jovens de 16 anos pertencentes a famílias com renda per capita de até um quarto de salário mínimo concluíram o ensino fundamental. Entre as famílias com rendimentos superiores a cinco salários mínimos por pessoa, 96,8% dos jovens desta idade encerraram a etapa.
No ensino médio, o cenário é pior: só 17,2% dos jovens de 19 anos provenientes de famílias com renda de até um quarto de salário mínimo concluíram os estudos. Entre as famílias com renda per capita de mais de cinco salários mínimos, a taxa sobe para 93,6%.
O relatório do movimento independente Todos Pela Educação foi elaborado com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Educação (MEC).
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Ensino Médio ainda é ''funil'' da Educação brasileira
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