A
recente participação do Brasil nos Jogos Olímpicos na Inglaterra e a
oportunidade de sediar a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016 reforçam
a necessidade de discutir como o País deveria promover o esporte amador e
investir em novos talentos.
Em
21 participações em Olimpíadas, o Brasil mantém ainda a 15ª posição como sua
melhor colocação, conquistada na Antuérpia, na Bélgica, há mais de 90 anos. De
lá para cá, pouca coisa mudou, principalmente no que se refere ao apoio ao
esporte amador e à forma como os atletas brasileiros se credenciam às
competições, quase que exclusivamente graças ao incentivo da família, amigos e
treinadores.
A
participação brasileira em Londres aponta outros sinais de fragilidade, em que
pese à falta de incentivo que desperdiça talentos. Em Londres, dos 252 atletas,
quase a metade (123) eram do eixo Rio-São Paulo. Juntas, as regiões Sul e
Sudeste somavam 72,61% dos atletas da delegação brasileira, enquanto Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, com maioria dos estados e maior porção territorial,
com 49 atletas, representavam 19,44% do “Brasil Olímpico”.
Diferentemente
do que acontece aqui, nos Estados Unidos, a escola tem papel fundamental na
promoção do esporte amador e na descoberta de novos talentos. É ela quem forma a
base de atletas de alto desempenho e revela possíveis medalhistas olímpicos.
Nas universidades norte-americanas não é diferente. Proibidas de realizarem
qualquer transação financeira com equipes profissionais, as universidades
promovem o esporte amador com a realização de ligas universitárias. Como
retorno do investimento realizado no estudante-atleta, a universidade reforça
seu marketing esportivo, fideliza alunos e ex-alunos, vende produtos
licenciados e, sobretudo, consegue retorno de imagem junto à comunidade local.
Um
exemplo desse investimento é a oferta de bolsas de estudos. As universidades
norte-americanas oferecem anualmente cerca de 350 mil bolsas de estudos, 80 mil
das quais destinadas a estudantes estrangeiros. O esporte na escola movimenta
mais de um bilhão de dólares em bolsas esportivas e ajuda financeira a
estudantes todos os anos e também incentiva o empreendedorismo privado.
Um
exemplo disso é a criação de empresas como o Collegiate Sports of America
(CSA), hoje uma das maiores e mais tradicionais no recrutamento de jovens
esportistas, que há 30 anos auxilia estudantes a conseguir bolsas de estudo nos
Estados Unidos. Recentemente, o CSA desembarcou no Brasil com o mesmo
propósito, o de selecionar talentos em esportes e encaminhá-los a universidades
norte-americanas.
Para
o jovem estudante, além da possibilidade de reunir qualificações que o
diferenciam em um mercado de trabalho acirrado, a bolsa de estudos esportiva
permite desenvolver a habilidade em uma das 28 modalidades olímpicas oferecidas
pelas universidades americanas. O modelo de eficiência explica o porquê de os
Estados Unidos serem uma potência olímpica e inspira a construção de uma nova
realidade para o Brasil.
Armando Guevara
Diretor
do Collegiate Sports of America no Brasil.
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