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Muitas técnicas já foram desenvolvidas
para exterminar as larvas do mosquito da dengue. Algumas foram testadas e
outras nem chegaram ao conhecimento público. Como é o caso do uso do isopor
granulado em locais propícios para o inseto depositar os ovos que vão virar
mosquitos, preservando a espécie. Essa metodologia foi criada pelo Professor e
Mestre em Biologia e Engenharia Ambiental, Pedro Nonato da Conceição.
Por mais de 20 anos trabalhando em
pesquisas na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Nonato desenvolveu
vários tipos de pesquisas, uma das quais voltada para o extermínio da dengue no
Brasil. O projeto é valioso, mas nem a Prefeitura de Cuiabá se interessou pela
sua pesquisa.
“Tudo começou quando eu percebi que os
mosquitos desovam em qualquer lugar que tem água. Não é só água limpa. O que
preciso é ter água. Se, por exemplo, colocarmos uma camada de 3 a 4 cm de
isopor granulado nos objetos com o ovo do mosquito da dengue ou até mesmo com
as larvas, os mosquitos são incapazes de respirar e nem poderão flutuar, pois a
superfície já está coberta com isopor. Sem condições ambientais favoráveis, o
mosquito não sobrevive”, explicou o professor.
Mas o próprio professor explicou também
que existe o lado negativo disso. “O controle é a parte mais difícil. O isopor
demora para se degradar na natureza e é difícil controlar, por ser muito leve e
fácil de se espalhar. É preciso um cuidado redobrado para não inverter um
método para exterminar o mosquito da dengue em um método prejudicial à
natureza”, disse Nonato.
Outra dica do professor até mesmo para
quem tem caixa d’água tampada: ficar atentos com os minúsculos espaços.”Pelas
frestas que existem entre a tampa e a borda da caixa é que os mosquitos entram
para botar seus ovos. Então é necessário colocar uma espécie de filtro na saída
da água para a tubulação para que os ovos dos mosquitos não mudem de local”.
O método para exterminar o mosquito da
dengue com o uso do isopor granulado, segundo o professor Nonato, não teve
repercussão porque o produto é muito barato, fácil de comprar, e sua aaplicação
não exige investimentos financeiros. “Os políticos gostam de projetos, cujos
custos são milionários, mas este, que para muitos pode ser ineficiente mas com
ferramentas em mãos ele dá resultado, é muito barato. Para gastar com isopor
granulado é difícil pedir verba para fazer caixa dois”, desabafou o professor.
Pedro Nonato tem 70 anos e atuou 45
anos como professor da UFMT. “Durante meus tempos de estudo eu sempre fiz de
meu lazer meu trabalho e de meu trabalho meu lazer”, finalizou o professor.
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