“Ivana, sabe o que meu pai disse?
Que se eu passar de ano eu posso sair da escola e ir trabalhar!”
Essa frase foi uma das primeiras coisas ditas por Josevaldo ao ser perguntado sobre o que pensava a respeito da escola. Nada mais verdadeiro para esse menino de doze anos que desde os sete está desejando se alfabetizar e lutando por isso. Sua história escolar, assim como a de milhares de crianças de sua idade, é marcada por inúmeros episódios que, pouco a pouco, vão desmontando a crença em sua própria capacidade, destruindo sua auto-estima e fazendo com que todos os que o rodeiam acreditem “que sua cabeça não dá para o estudo”.
Essa frase foi uma das primeiras coisas ditas por Josevaldo ao ser perguntado sobre o que pensava a respeito da escola. Nada mais verdadeiro para esse menino de doze anos que desde os sete está desejando se alfabetizar e lutando por isso. Sua história escolar, assim como a de milhares de crianças de sua idade, é marcada por inúmeros episódios que, pouco a pouco, vão desmontando a crença em sua própria capacidade, destruindo sua auto-estima e fazendo com que todos os que o rodeiam acreditem “que sua cabeça não dá para o estudo”.
Esta afirmação de Josevaldo
permitiu-nos conhecer um pouco mais o lado trágico vivido no dia-a-dia das
relações escolares de nossas crianças, principalmente as mais pobres, as
negras, as que moram em casebres, as filhas de pais desempregados e
sub-empregados. Ao contrário do que se imagina, Josevaldo considera seu maior
prêmio sair dessa escola, alcançar o mundo, ir para a vida, como se esta não
pudesse estar presente na escola. Para aquele que “foi convencido” pelo sistema
escolar de que é incapaz e perdeu o interesse pela escola depois de sucessivas
reprovações, a exclusão acaba sendo vista como o maior “prêmio”.
Os 2 parágrafos acima encontrei
numa rápida pesquisa que fiz na internet sobre o fracasso escolar de um trabalho das pesquisadoras
Ivana Serpentino Castro Feijó e Marilene Proença Rebello de Souza, a partir de
conversas que tenho tido com pais que se queixam de que a escola não é mais a
mesma, os professores não são mais os mesmos, que os alunos passam de ano sem
saber ler, escrever, somar ou calcular.
Eu acrescentaria: sem raciocinar também. Se examinar com o mínimo de profundidade, apenas através da comunicação do dia a dia, perceberá que a maioria da garotada de 12 a 18 anos fala por monossílabos, nunca leu nada e não fazem projeção alguma do que sonham ou pensam sobre o presente e o futuro.
A quem culpar, a quem atribuir responsabilidades?
Eu acrescentaria: sem raciocinar também. Se examinar com o mínimo de profundidade, apenas através da comunicação do dia a dia, perceberá que a maioria da garotada de 12 a 18 anos fala por monossílabos, nunca leu nada e não fazem projeção alguma do que sonham ou pensam sobre o presente e o futuro.
A quem culpar, a quem atribuir responsabilidades?
Um pai me contou perplexo que o
filho tirou 1 (um) na média de física, não recebeu nenhuma anotação do
professor ou da escola e não tem dúvida que o filho passará de ano.
Essa é a situação. As
pesquisadoras dão uma luz sobre essa realidade e sobre a “caixa preta” escolar.
Só prá você ter uma idéia, lembra dos alunos “fortes”, “médios” e
“fracos”…parece que internamente nas escolas, a graduação dos professores segue
o mesmo padrão.
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