Todos os meios de comunicação estão
mostrando a realidade da educação atual. Sabemos que nada muda de repente, mas
se ficarmos esperando alguém fazer algo, é que nada mudará, ou seja, não basta
mostrar a situação, há que haver comprometimento para estabelecer um foco de
atuação e primar por ele. Não dá pra ficar brincando de educar, ou falamos a
mesma linguagem e agimos da mesma forma, ou perderemos crédito em nossas
funções, sejam elas quais forem. O educando precisa encontrar um tripé onde se apoiar,
mantendo este suporte por toda a sua vida. Este tripé é formado pela referência
no educador, a disciplina mediada e o vínculo afetivo estabelecido numa relação
de confiança. Os três fatores são distintos entre si, mas se complementam, ou
seja, um não existe na ausência do outro. O educando está sempre testando o
professor, os pais, ou outra pessoa que o eduque.
O motivo é um só, a busca do sentido
para suas ações futuras. É como se ele sempre perguntasse, se poderia ou não
tomar certa atitude. Cujo ato para o adulto, acontece num determinado tempo de
ação, e se denomina erro. O que o faz pensar assim, é o fato de ter vivido
certas experiências. Não há receita para tudo. Por isso nem sempre dá certo o
que se faz. Mas não se pode desanimar, cada situação pede uma atitude, pois
todos somos diferentes.
Ao nos depararmos com situações
indesejáveis, nem sempre somos prudentes ou pacientes como deveríamos ser.
Somos impulsivos ao agir e por fim, incapazes de perdoar erros de percurso em
nosso cotidiano, muitas vezes oriundos de fatores bem mais complexos do que uma
questão de momento. Quando um problema se instala, muitas vezes a primeira
atitude que temos é julgar e criticar, quando na verdade o que se deve fazer, é
diagnosticar para descobrir o porquê de tal acontecimento. O educando em
primeiro plano é ser humano em desenvolvimento, tal qual outra pessoa, apenas
diferindo na idade, tanto cronológica quanto mental. Partindo deste
pressuposto, fica fácil perceber que noção de limite deve se dada todo o dia, seja
em qualquer ambiente em que estejamos inseridos, por todos aqueles que se
encontram no mesmo. Toda rebeldia é um pedido de socorro, que nem sempre é
compreendido.
Tudo isso é repetitivo, dizem, mas é
assim que se alcançam objetivos, com persistência. Ao invés de ficar na platéia
como expectador, vamos unir forças em prol da educação. O que está acontecendo,
é que muitos profissionais estão atuando em áreas desconhecidas, tentando
¨descobrir como fazer¨ e muitos especialistas são ignorados por questões
diversas. Enquanto isso acontecer, nada vai mudar. ¨Ninguém ama o que não
conhece e nem dá o que não tem. Se alguém faz o que desconhece, é apenas porque
lhe convém.¨ Percebe-se então que há uma falta de estrutura e planejamento, por
parte de uma equipe gestora que oriente e capacite profissionais visando um
ensino de qualidade. Já os pais muitas vezes, não acreditam na capacidade dos
filhos. Então projetam para eles um futuro que nunca chega, pois cada
indivíduo, tem suas habilidades e desejos, que aos poucos vão determinando uma
trajetória de sucesso ou de fracasso. Cabe aos pais apenas orientá-los neste
processo cotidiano e facilitar o acesso aos mecanismos de ação ou de defesa
diante das diversidades de atitudes que serão tomadas por eles.
Tanto os educadores quanto a família
devem dar tempos e espaços aos educandos para que o mesmos exercitem seus
mecanismos cognitivos, podendo assim apropriar-se da autonomia necessária para
¨viverem experiências futuras¨. Há quem diga que não há futuro. Imagine alguém
ter como mediador alguém que não acredite no futuro. Seria incoerente educar,
pois educação é propósito futuro, pressupondo que podemos mudar preparando o
indivíduo para uma sociedade melhor. Se apenas educamos para o hoje, então não
acreditamos na sucessão dos dias. Mas não pensemos no futuro com sendo nosso. É
preciso desprender-se dele. Pois ele não nos pertence, nós é que pertencemos a
ele. E isso não quer dizer que ele não exista. Como uma mulher grávida poderia
olhar para sua barriga que se projeta para frente dando vida ao um novo ser,
sem acreditar no amanhã… Eis aí o milagre da vida que projeta o futuro. Ela
cria o novo ser que deixa como extensão da sua vida passada. O filho nasce para
o futuro… Filho do universo. Os pais não devem pensar no filho, como forma de
propriedade. O filho vem ao mundo para viver sua própria vida. O filho vem
através dos pais e não para os pais. É dolorido admitir isso. E há quem pense que
sendo assim, não tem responsabilidade para com seu rebento. Mas na verdade
quando o filho nasce, surgem responsabilidades para toda a vida.
A vida é aprendizado e a teoria deve
ser associada a ela. Cada ato cometido por menores nos faz refletir. Onde andam
seus pais, quem foi seu mestre, diga-me com quem andas e dir-te-ei quem és…
Porém, isso não é suficiente. Dar atenção, amor e limite, é tudo. E é tudo o
que eles precisam. Não adianta só escrever e falar sobre estes assuntos, mas
quem escreve e fala sobre isso, demonstra que já está fazendo algo.
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