Se você
acha o custo da educação alto, tente o da ignorância’
Tempos de crise são tempos de
investir em educação?
Há uma expressão em inglês: “Se você
acha que o custo da educação é alto, tente o custo da ignorância.” O mundo não
pode se dar ao luxo de ter 70% da população na ignorância. Se você está sem
trabalho, o custo de oportunidade da educação é muito menor. E o mundo não
voltará a ser o que era. Compreender o futuro exige um investimento em
educação.
Qual é o cenário do futuro?
De mais globalização, porque países
como o Brasil estão a caminho de virar grandes potências. E para ser isso você
provavelmente tem de fazer mais do que falar português ou dominar Direito
romano – precisa entender ao menos rudimentos da Common Law (Direito não
escrito, na tradição inglesa).
Harvard tem cortado pessoal e
investimentos por causa da crise. Como o senhor vê essa situação?
Uma freira que conheci e administrava
um grande hospital dizia: “Sem margem, sem missão.” Qualquer organização
precisa ter uma margem de ganho, para poder reinvestir. A Business School é bem
administrada, depende só em 20% de doações. Mas a Harvard Divinity School
(centro de estudos de religião) depende delas em 72%.
O sr. concorda que parte da culpa da
crise é das escolas de negócios, que formaram a elite do mercado?
A culpa é mais dos economistas, que
dizem que o objetivo de uma empresa é maximizar ganhos dos acionistas. Bons
homens de negócios servem ao cliente e ao lucro, mas veem o lucro não como
meta, e sim restrição. Um dos melhores, com quem trabalhei por 20 anos, dizia:
“Se não ganharmos dinheiro suficiente, saímos do negócio; se ganharmos demais,
saímos também, porque não estaremos investindo em produtos e pessoal.”
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