domingo, 30 de setembro de 2012

São coisas da política


 

Wilson Carlos Fuá
 
O político investido no cargo público, nunca pode fazer tudo o que quer, a lei o proíbe. Logo, o agente público só pode fazer aquilo que está autorizado em Lei, àquele que prega uma liberdade total das ações, falta com a verdade. Os segredos das histórias não registradas da vida política não são registrados, transformando em fatos que ficam perdidos no tempo.
Contam por aqui, uma história que um incerto dia, o Governo Central da Província do Estado, recebeu uma denúncia sobre um dos seus Secretários. E a denúncia dizia que esse Secretário, agia de modo muito estranho, e tudo levava a crer que ele guardava alguma coisa muito valiosa dentro de um armário em seu gabinete.
O denunciante relatou que sempre ao aproximar desse armário, era imediatamente impedido de limpá-lo ou abri-lo. Diante dos fatos e atos, esse Auxiliar procurou o grande líder político e lhe disse: o seu melhor Secretário está desviando uma soma muito grande de recurso público, e ele esconde essa fortuna dentro de um armário na sua sala. Esta denúncia é muito grave, disse o Governo Central da Província do Estado, e questionou: com você sabe disso? Isso pode ser caracterizado, pelo fato de que o Secretário não deixar ninguém chegar perto desse armário encantado, tanto que as chaves ficam em seu bolso, e ele só abre quando não há ninguém nas proximidades.
Eu acho que tudo que ele está “nhapano” esconde dentro do armário.
Diante da desconfiança do Auxiliar, logo no dia seguinte, o Poder Central da Província do Estado, fez uma visita inesperada, disse ao Secretário: o que tem ai dentro desse armário?
- O Secretário diz: são pastas suspensas, ofícios e memorandos. Coisa sem relevância. Então me dê às chaves.
Com muito medo e com as mãos trêmulas, lágrimas nos olhos, o Secretário obedeceu e passa as chaves ao Poder Central da Província do Estado. Ao cair da noite, o grande líder político, determina ao Auxiliar de confiança, que fosse arremessado armário no fundo no fundo do Rio; e que jamais alguém pudesse dia alguém a vir saber o que havia ali dentro, e isso foi cumprido, e virou segredo de estado.
Fica a grande interrogação: ou ele tinha medo de perder o amigo de confiança ou receio dos segredos que esse Secretário sabia?
O problema é a culpa que ficará para o resto da vida no íntimo do Secretário. A culpa que ele irá carregar, irá também destruí-lo e enfraquecê-lo emocionalmente; a ação mais correta seria reconhecer seu erro, enfrentar o problema.
É lógico que diante dos fatos, mesmo que o Secretário se isole, se afaste, viaje, não vai adiantar nada. O problema estará com ele, na sua mente e seguirá com ele por onde ele for. E a culpa irá atormentá-lo dia e noite por ter sido uma pessoa covarde. E ao contrário, se ele admitisse a culpa publicamente, resolveria o problema como um todo, e não prejudicaria o governo como um todo, mas ele seria condenado sozinho.
Ao contrario de tudo, ele poderia se aborrecer com que iria encontrar, e em fúria, hostilizaria seu secretário de forma agressiva e com isso sua dignidade e a razão iria para o espaço, por que naquele armário poderia estar também muito segredo indesejável e que poderia desmascarar suas falcatruas ou simplesmente em nome da lealdade tomou uma decisão de permanecer com uma amizade duvidosa, será?
No mundo dos ordenamentos das ações públicas, existe um instrumento mágico: Inquérito.
É preciso que um inquérito seja concluído para dar o discernimento sobre o que enfrentar e quem afastar. Do contrário, acabamos evitando enfrentamentos fundamentais ao nosso crescimento moral e ético.
É importante perdoarmos as pessoas, pois nem sempre àquilo que nos prejudicou foi feito por mal. Mas, o perdão não deve ser usado em toda e qualquer situação. Usando-o em demasia faz com que nos tornemos pessoas fracas e permissivas, e com que fiquemos cercados de pessoas que nos farão sempre o mal. Devemos deixar clara nossa insatisfação com alguma situação por pelo menos um tempo, para que isso não volte a acontecer. Desta forma, creio que em princípio geral devemos perdoar as pessoas que nos prejudicam muito pouco, mas como administrador público deve resistir ao perdão em todas as situações mesmo que não sejam graves, como: na prática um ato indigno e lesivo ao erário público, é constituindo como uma forma de traição a confiança recebida.
E, traição não tem perdão, se bem que nos meios políticos, é regra proceder-se ao contrário: inimigos de ontem, aproximação hoje e aliados amanhã.
Portanto, talvez seja por isso que muitas vezes aquelas verdades absolutas que defendidas pelos políticos a olhos nus, na sua essência, não passam de um desses terríveis enganos que se escondem na ignorância dos seus arroubos e que os levam a ir do céu ao inferno numa fração de segundos, são coisas da política.
Perdoar é um estado de elevação moral e espiritual que muitas vezes por emoções, faz-nos transcender além da vingança ou da justiça.
A felicidade é um status precário

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