O livro
Publicado
em 1933, "Caçadas de Pedrinho" relata uma aventura da turma do Sítio
do Picapau Amarelo à procura de uma onça-pintada. Entre os trechos que
justificariam a conclusão de racismo estão alguns em que Tia Nastácia é chamada
de negra. Outra parte diz: "Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos
reumatismos, trepou que nem uma macaca de carvão".
Em
relação aos animais, um exemplo mencionado é: "Não é à toa que os macacos
se parecem tanto com os homens. Só dizem bobagens". Outro é: “Não vai
escapar ninguém — nem Tia Nastácia, que tem carne preta”.
"Negrinha"
Outra
obra do escritor Monteiro Lobato também é alvo de denúncia. O livro de contos “Negrinha”, adquirido pelo MEC por meio do Programa
Nacional Biblioteca na Escola, também foi considerado racista e sexista pelos mesmos autores da ação contra "Caçadas de
Pedrinho", que pedem agora que a CGU (Controladoria Geral da União)
investigue a aquisição da obra.
A ação
administrativa foi protocolada nesta terça-feira e é assinada por Antonio Gomes
da Costa Neto e Elzimar Maria Domingues, mestres em educação, e por Humberto
Adami, advogado do Iara (Instituto de Advocacia Racial e Ambiental).
“‘Negrinha’
foi adquirida entre 2009 e 2010 e tem uma nota de apresentação que diz que esse
conto afasta a injúria de que Monteiro Lobato seria racista, quando, na
verdade, o que vemos é o contrário. A nota é ruim e demonstra a falta de
cuidado que o MEC está tendo com o assunto. As obras estão sendo adquiridas sem
estar de acordo com a legislação”, afirmou Adami.
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