domingo, 30 de setembro de 2012

Reprodução da capa do livro "Caçadas de Pedrinho"II


O livro


Publicado em 1933, "Caçadas de Pedrinho" relata uma aventura da turma do Sítio do Picapau Amarelo à procura de uma onça-pintada. Entre os trechos que justificariam a conclusão de racismo estão alguns em que Tia Nastácia é chamada de negra. Outra parte diz: "Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou que nem uma macaca de carvão".

Em relação aos animais, um exemplo mencionado é: "Não é à toa que os macacos se parecem tanto com os homens. Só dizem bobagens". Outro é: “Não vai escapar ninguém — nem Tia Nastácia, que tem carne preta”.

"Negrinha"


Outra obra do escritor Monteiro Lobato também é alvo de denúncia. O livro de contos “Negrinha”, adquirido pelo MEC por meio do Programa Nacional Biblioteca na Escola, também foi considerado racista e sexista pelos mesmos autores da ação contra "Caçadas de Pedrinho", que pedem agora que a CGU (Controladoria Geral da União) investigue a aquisição da obra.

A ação administrativa foi protocolada nesta terça-feira e é assinada por Antonio Gomes da Costa Neto e Elzimar Maria Domingues, mestres em educação, e por Humberto Adami, advogado do Iara (Instituto de Advocacia Racial e Ambiental).

“‘Negrinha’ foi adquirida entre 2009 e 2010 e tem uma nota de apresentação que diz que esse conto afasta a injúria de que Monteiro Lobato seria racista, quando, na verdade, o que vemos é o contrário. A nota é ruim e demonstra a falta de cuidado que o MEC está tendo com o assunto. As obras estão sendo adquiridas sem estar de acordo com a legislação”, afirmou Adami.

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