Há pouco mais de um mês, o Circuito Mato Grosso relatou problemas de qualidade da merenda escolar em Cuiabá. Apesar do constante diálogo entre o Conselho Municipal de Alimentação Escolar (CMAE) e a Secretaria Municipal de Educação (SME), a solução do problema parece ainda estar distante. A qualidade da carne distribuída nas escolas e creches da capital continua péssima. A informação é da presidente do CMAE, Térsia Martins.
Conforme ela, a carne entregue pela empresa RedeFrig continua com muita quantidade de gordura e sebo. Em muitos casos, é necessário aferventar a carne para que ela perca um pouco da gordura, o que, consequentemente, acarreta também na perda de nutrientes, prejudicando assim, a alimentação dos alunos. Térsia afirma que, de acordo com edital de licitação para contratação das distribuidoras dos alimentos, existe uma margem tolerável da quantidade de gordura (10%), que, na maioria das vezes, não está sendo respeitado pela RedeFrig.
A escola municipal 8 de abril, já encaminhou à CMAE, um documento relatando os frequentes problemas com a qualidade da carne. “Em casos onde 10 kg de carne atenderiam a 200 crianças, por exemplo, o valor deve ser elevado para 12 ou 15 kg, pois a quantidade de perda é muito grande, quando descartada a gordura”, explica. A presidente afirma ainda, já ter repassado essas reclamações à Vigilância Sanitária, que diz não ser competente para sanar o problema, atribuindo à responsabilidade ao Instituto de Defesa Agropecuária do estado de Mato Grosso (Indea). O pior é que ao contrário da escola 8 de abril, existem outras que, por medo, ou por não ter noção da gravidade do problema, preferem esconder os fatos.
Térsia informa que, no próximo dia 9, acontece uma reunião entre o CMAE e a SME, para discutir uma solução imediata para esse problema. Se for necessário, o assunto será encaminhado ao Ministério Público do Estado (MPE). “Não entendemos por que ainda não houve uma quebra de contrato com a RedeFrig, pois cláusulas importantes estão sendo quebradas constantemente” afirma a presidente.
Por outro lado, a distribuição de frutas e verduras está acontecendo dentro da normalidade. Os distribuidores de hortifruti têm cumprido todo o cardápio estabelecido pelas nutricionistas. Uma vez ou outra, existe é claro a falta de algum alimento, mas que imediatamente é substituído por outro com os mesmos valores nutricionais.
Térsia relata também, que existem ainda, alguns problemas em relação ao espaço físico das cozinhas nas escolas e creches, muitas estão mal estruturadas. “Mas estes são problemas que podem ser resolvidos em médio prazo, o mais importante é que os alimentos cheguem em boa qualidade no prato dos alunos”, ressalta.
Outro lado
O Circuito Mato Grosso procurou o Secretário de Educação, Permínio Pinto para falar sobre o assunto. Contudo o mesmo estava em reunião e não pôde atender à reportagem. Até o fechamento desta matéria ele não retornou a ligação.
Camila Ribeiro – Especial para o Circuito Mato Grosso
domingo, 29 de maio de 2011
Merenda continua com péssima qualidade
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