terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Abertas inscrições para 12,5 mil bolsas de estudo no exterior

Presidenta Dilma lançou regras do programa Ciências sem Fronteiras, que vai beneficiar 101 mil pesquisadores e estudantes até 2014

iG Sao Paulo

Começaram nesta terça-feira, dia 13, as inscrições para alunos de graduação interessados em passar um ano fora do País. A presidenta Dilma Rousseff lançou, em Brasília, os editais que vão selecionar 12,5 mil universitários com bolsa de estudo da modalidade sanduíche nos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália e França. O prazo para concorrer termina no dia 15 de janeiro. Na solenidade, a presidenta também assinou decreto que regulamenta o programa Ciência sem Fronteiras, que vai conceder ao todo 101 mil bolsas até 2014.

O Ciência sem Fronteiras vai beneficiar estudantes e pesquisadores das áreas de ciências básicas, engenharia e tecnologia, nas modalidades graduação-sanduíche, educação profissional e tecnológica e pós-graduação (doutorado-sanduíche, doutorado pleno e pós-doutorado). Segundo a presidenta, o desafio lançado há 140 dias foi transformado em realidade. Do total de bolsas a serem concedidas, 75 mil serão financiadas pelo governo e 26 mil pela iniciativa privada, conforme Dilma havia pedido no lançamento do programa em julho. Colaborarão com o projeto instituições como Febraban, CNI, Petrobras, Vale entre outras.

Nesta terça-feira, foram anunciados os nomes dos primeiros 1.500 alunos de graduação beneficiados com bolsas para os EUA. A chamada pública coordenada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em caráter experimental recebeu 7.007 inscrições. Os primeiros 841 embarcam em janeiro de 2012 e os demais seguirão em julho para curso de idioma.

Os critérios para seleção para as bolsas diferem em cada edital, mas têm pontos em comum. Os candidatos de graduação devem ter no mínimo 600 pontos no Enem e ter bom desempenho acadêmico. Prêmios em olimpíadas escolares e participação em projetos de iniciação científica também contam pontos. Para Dilma, o programa valoriza o mérito, mas vai garantir também que estudantes que não são de classes abastadas não sejam prejudicados. Para isso, uma série de ações serão realizadas para auxiliar estudantes a superarem a barreira da língua estrangeira, como cursos em universidades federais e, para os selecionados, aulas no exterior.
“Esse é um programa que tem na base critérios essenciais. Primeiro, o mérito. E segundo, para aqueles que têm mérito, vamos dar oportunidades para dar acesso à segunda língua”, explicou.


Áreas prioritárias

Para o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), João Luiz Martins, os universitários estão animados com o programa. Desde julho, segundo ele, as federais têm recebido pedidos dos estudantes para aderirem ao projeto. Ele lamenta, no entanto, que não haja oportunidades para os alunos das áreas de ciências humanas.

“Entendemos que as áreas para as bolsas foram definidas de acordo com a urgência do País, mas será necessário ampliar as oportunidades também para as áreas de humanas. Teremos de criar alternativas”, defende.
Dilma, em seu discurso, falou sobre os motivos que levaram o governo a eleger as áreas exatas como prioridade do programa. Segundo ela, o Brasil precisa produzir ciência e tecnologia para “garantir a elevação da competitividade da nossa economia”.
“Sei também da importância das áreas humanas na formação de um pensamento generoso e da constituição da nossa própria nação. Nós, agora, estamos fazendo aquele esforço nas áreas em que precisamos, com urgência, mais, que são as áreas das ciências exatas, das ciências da informação, das ciências médicas, enfim, das áreas que aqui no Brasil nós chamamos de ciências exatas”, diz.

Atração de cientistas

Além de enviar estudantes brasileiros para o exterior, o Ciências Sem Fronteiras também vai trazer estrangeiros ou brasileiros que atuam em outros países para o Brasil através de dois programas. O primeiro, o projeto chamado Atração de Jovens Talentos, pretende atrair e fixar jovens pesquisadores residentes no exterior, preferencialmente brasileiros, que tenham destacada produção científica e tecnológica. A partir desta sexta-feira, os interessados poderão apresentar projetos de pesquisas (ligados a programas de pós-graduação ou órgãos do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação) para disputar as bolsas de R$ 7 mil mensais (durante um a três anos).

O outro, Pesquisador Visitante Especial, prevê a oferta de bolsas de intercâmbio para pesquisadores de alto nível que tenham destaque nas áreas que atuam. A proposta é mantê-los no País por, no máximo três anos, oferecendo auxílios mensais de R$ 14 mil e ajuda de custo para a pesquisa de até R$ 50 mil por ano de projeto. As propostas também poderão ser apresentadas a partir de sexta-feira e vão até 15 de fevereiro.

Inscrições pela internet

As informações sobre as bolsas e as exigências para concorrer estão no site do programa Ciência sem Fronteiras. No mesmo endereço, interessados em se candidatar devem preencher formulários e enviar documentação em formato PDF.
*Colaborou Priscilla Borges, iG Brasília

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