Discalculia é considerado um dos transtornos específicos das habilidades escolares. Acomete um número significativo de educandos na fase escolar.Pode trazer aborrecimento e desgaste para os indivíduos, suas famílias e para as escolas.
O transtorno da aritmética ou matemática, conhecido como Discalculia, é um problema causado por má formação neurológica, que se manifesta como uma dificuldade do educando em realizar operações matemáticas, classificar números e colocá-los em seqüência. Nas fases mais adiantadas da vida escolar, a Discalculia também impede a compreensão dos conceitos matemáticos e sua incorporação na vida cotidiana.
Para Novaes (2007) “A palavra discalculia vem do grego (dis, mal) e do latin”.
(calculare, contar) formando: contando mal. Essa palavra por calculare vem, por sua vez, de cálculo, que significa o seixo ou um dos contadores em um ábaco”.
Já para José & Coelho (1997, p.148), a discalculia infantil ocorre em razão de uma falha na formação dos circuitos neuronais, ou seja, na rede por onde passam os impulsos nervosos. Normalmente os neurônios transmitem informações quimicamente através da rede. A falha de quem sofre de discalculia está na conexão dos neurônios localizados na parte superior do cérebro, área responsável pelo reconhecimento dos símbolos. Detectar o problema, no entanto não é fácil.
Na pré-escola é possível notar algum sinal do distúrbio, quando a criança apresenta dificuldade em responder ás relações matemáticas propostas - como igual e diferente, pequeno e grande. Mas nesta idade é cedo para um diagnóstico preciso. Somente partir dos 7 ou 8 anos, com a introdução dos símbolos específicos da matemática e das operações básicas, que os sintomas se tornam mais visíveis.
Segundo Garcia (1998, p. 213) a discalculia é classificada em seis subtipos, podendo ocorrer em combinações diferentes e com outros transtornos de aprendizagem:
Discalculia Verbal - dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações.
Discalculia Practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente.
Discalculia Léxica - Dificuldades na leitura de simbolos matemáticos.
Discalculia Gráfica - Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos.
Discalculia Ideognóstica – Dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos.
Discalculia Operacional - Dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos.
É importante advertir que o distúrbio neurológico que provoca a Discalculia não causa deficiências. O discalcúlico necessita da compreensão de todas os individuos, pois depara com muitas dificuldades nos acontecimentos que são inconfundíveis.
De acordo com Johnson e Myklebust (1987), as seguintes dificuldades podem
ser encontradas em crianças com transtorno matemáticos:
Dificuldade na leitura e compreensão
Confusão com o aspecto parecido dos números, 6 e 9 ou 3 e 8.
Falta de habilidade para compreender os espaços entre os números como, por Exemplo: 5 69 é lido como quinhentos e sessenta e nove.
Dificuldades no reconhecimento, e, portanto, no uso dos símbolos para
calcular: mais, menos, multiplicação e divisão.
Dificuldades na leitura de números com mais de um dígito. Números com zero podem especialmente dificultar. Exemplo: 4002 ou 304.
Confusão na leitura da direção dos números: o 12 pode se tornar 21. Não é
usual para algumas crianças mudarem a direção de alguns números que são lidos precisamente, da esquerda para direita, enquanto outras lêem de trás para frente.
Problemas com leitura de mapas, diagramas e tabuada.
Dificuldade em entender conceito e Símbolos
Dificuldades em entender os símbolos matemáticos e em lembrar como deve ser usado, por exemplo, o sinal de subtração.
Problemas com o entendimento de conceitos de peso, direção e tempo.
Problemas para entender perguntas orais ou escritas que são apresentadas
com palavras, texto ou figuras.
Problemas para entender conceito de soma, onde números são usados em
conjunto com unidades como, por exemplo, 100 metros. Os problemas tam-
bem podem ser no entendimento dos números ordinais, pois não entendem a seqüência, primeiro, segundo terceiro, etc.
Problemas em entender as relações entre as unidades.
Problemas na aplicação prática da matemática, por exemplo: A distância da
casa de Ana até a escola é de 1 km. Maria mora duas vezes mais longe. Qual à distância que Maria tem que percorrer para chegar à escola?
Métodos que podem ajudar
Consentir utilizar a calculadora e a tabela de tabuada
Usar caderno quadriculado.
O educador deve elaborar as avaliações contendo questões claras e diretas.
Reduzir ao mínimo o número de questôes.
O educando fará a avaliação individual, sem limite de tempo e com o auxílio do educador, para responder e sanar as possíveis dúvidas.
O educando poderá fazer avaliações oralmente.
As tarefas para casa devem ser moderadas, com exercícios repetitivos.
O que é acalculia?
A acalculia ocorre quando o indivíduo, após sofrer lesão cerebral, como um acidente vascular cerebral ou um traumatismo crânio-encefálico, perde as habilidades matemáticas já adquiridas. A perda ocorre em níveis variados para realização de cálculos matemáticos.
Sabemos que cada educando tem sua forma e tempo para aprender.Temos a Psicopedagogia que nos mostra a necessidade de analisar o jeito característico e individual com que cada educando aprende.
Cabe aos educadores buscar modos e métodos significativos para aplicar em sala de aula. Esse desafio se benquisto de fato, pode revolucionar e, sobretudo, tornar muito mais atraente a aprendizagem, inclusive da matemática.
Bibliografia
Referências Bibliográficas
GARCIA, Jesus Nicasio, Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Tradução de Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas. 1998.
JOSÉ, Elisabete Assunção e Coelho, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. Editora Ática. São Paulo. 1997
JOHNSON, D.J e Myklebust, H.M. Distúrbios de aprendizagem: princípios e práticas educacionais. Tradução Marília Zanella Sanvincente. 2ª Ed. São Paulo: Pioneira, 1987.
NOVAES. Maria Alice Fontes. Transtornos de aprendizagem. 2007. Disponível em:
Publicado em 21/09/2011 10:15:00
Currículo(s) do(s) autor(es)
Angela Cristina Munhoz Maluf - (clique no nome para enviar um e-mail ao autor) - Ms. em Ciências da Educação,docente de graduação e pós-graduação,psicopedagoga, especialista em Educação Infantil e Especial, escritora, palestrante e consultora de projetos.
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