quinta-feira, 26 de abril de 2012
Professores da UFMT entram em greve no dia 17 de maio
Sem aumento há 12 anos, professores da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) vão deflagrar greve por tempo indeterminado no dia 17 de maio. A decisão foi tomada em assembleia e acompanha o movimento nacional da categoria. Somente em Cuiabá, cerca de 12 mil alunos dos cursos de graduação e pós graduação ficarão sem aulas.
A principal cobrança dos servidores é a incorporação da gratificação, que corresponde a cerca de 50% da remuneração, ao salário. O professor Carlos Roberto Sanches, vice-presidente regional do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), explicou que a principal perda ocorre quando o profissional se aposenta, pois este percentual não é contabilizado.
Outra reivindicação é pela reestruturação da carreira dos docentes, que alegam ter menores salários iniciais do que outras categorias federais. Um pesquisador do Ministério de Ciência e Tecnologia, por exemplo, recebe pouco mais de R$ 10,3 mil, 41% a mais que os professores com doutorado.
Um professor com mais de 20 anos de carreira, por exemplo, tem um salário base de R$ 2.318,00. Com o título de doutor, ele terá uma gratificação de R$ 3.916,00, que não é incorporada ao vencimento. “Pagam os menores salários, mas exigem mais, já que os professores de universidades precisam produzir materiais científicos e estar em constante formação”.
A doutora em Serviço Social Irenilde Angela Santos lembra também que, em início de carreira, o salário base para o professor sem titulação está abaixo de um salário mínimo. “É um desestímulo para os novos professores. Com esta remuneração muitos não conseguem cumprir a dedicação exclusiva, o que reflete diretamente no enfraquecimento do ensino”.
O movimento grevista ganhou força após o não pagamento dos 4% de reajuste nos salários, no mês de março, conforme prometido pelo governo em novembro. Esta foi a condição para retomada dos trabalhos pela categoria no ano passado, quando houve greve por um período de 15 dias.
A professora Marluce Souza lamentou o descaso com o ensino e afirmou que o não cumprimento do acordo significa a falta de planejamento do governo com a educação. “A decisão de parar é difícil, pois prejudica não só os alunos, mas também os professores”.
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