domingo, 22 de abril de 2012

Ser ou não ser homossexual, eis a questão

ROSE VELASCO

Eu confesso que, se pudesse escolher, seria um homem

Essa frase poderia ser comparada a uma outra, tão qual descomprometida e descontraída, como, por exemplo, “Usar ou não um Índigo Blue” (Índigo Blue, também tema de uma música de Gilberto Gil).

Fiz essa introdução, para me reportar aos recentes artigos e debates sobre a homossexualidade, assunto tão em voga em nosso país. Entretanto, como é sempre prudente lembrar, uma questão tão séria como essa não pode, jamais, ser tratada como se fosse algo, como ter que decidir “estar ou não na moda.”

No mundo da moda escolhemos o que vestir, que corte de cabelo usar, que cor de esmalte pintar, etc.. (as opções não faltam e elas vem e vão e vice-versa) e as segue quem quer. Mas na vida de cada indivíduo, na qual me incluo, existem inúmeros fatores que podem ou não influenciar em nossas atitudes, comportamentos, modos, posturas, opções sexuais, entre outras tantas.

Eu, por exemplo, confesso que, se pudesse escolher, seria um homem! É que ser mulher não é nada fácil, principalmente, em uma sociedade, ainda, machista e preconceituosa, e na qual, infelizmente, ainda, vivemos. Mas, agradeço, todos os dias, pelo que sou e pelos filhos e neta que tenho.

Deixando os (parênteses) de lado, voltemos ao objeto dessa minha modesta manifestação: a homossexualidade. Venho acompanhando com muita preocupação as diversas opiniões divulgadas a respeito do assunto; as que consegui ler até o final, me levaram a refletir muito a respeito e, após, me levaram a tirar as minhas próprias primeiras conclusões, claro, influenciadas por fatores externos e internos, os quais me ajudam a formar a minha postura diante dos fatos que nos são postos pela vida.

Sem menosprezar ou desrespeitar a opinião alheia, considerei que todos têm o direito de se expressar sobre o tema, mas que é preciso, urgentemente, tratarmos a situação com mais profissionalismo, respeito ao próximo, seriedade e buscando sempre as opiniões de especialistas.

Diante disso, conclui também que precisamos cobrar e instigar a realização de estudos científicos a respeito que nos tragam respostas e certezas, bem como a promoção de debates, sérios e sem

preconceitos, sobre o tema. Não podemos esquecer que vivemos em um mundo de provações constantes e de desafios permanentes. E que para enfrentá-los e superá-los com sucesso, precisamos nos preparar, buscarmos o conhecimento correto, termos serenidade e seriedade para estarmos conscientes de nossos atos.

Talvez, nessa atualidade, essa seja a nossa provação, o nosso desafio.

Portanto, conclamo aos jornalistas, as autoridades, aos profissionais da área da saúde, da psicologia, aos membros de igrejas, aos pais, aos doutores, cientistas e sábios, a contribuírem com o seu valioso conhecimento para a construção de uma sociedade mais humana e mais justa entre os seus e para com os seus semelhantes.

Creio que a pergunta que deve ser feita nesse momento é: Para quê? E não Por quê?

Para Quê estamos nos deparando com essa situação?

Creio, ainda, que é importante desarmarmos os ânimos e o espírito de todo preconceito ao lidarmos com essa questão, pois estamos nos referindo a seres humanos, capazes de sentir, de pensar, de ouvir, perceber, de amar, que têm família, mãe, pai, que são seres capazes.

Que peçamos, sempre, muita sabedoria e discernimento para fazermos as nossas escolhas e tomarmos as nossas decisões, sem ilusões ou incertezas. E que saibamos preservar e respeitar a nossa própria intimidade.

ROSE VELASCO é jornalista em Cuiabá.

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