Patrícia Sanches
Um projeto de lei de autoria do deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR) já provoca polêmica entre os profissionais da Educação, dividindo opiniões. O republicano quer obrigar as escolas a divulgar o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) numa espécie de painel, com pelo menos um metro, na entrada principal das unidades estaduais. A medida obrigaria as escolas a se preocupar mais com a qualidade de ensino oferecida aos alunos.
A secretária estadual de Educação Rosa Neide classifica como injusta a proposta do parlamentar. Para ela, o projeto ao invés de ajudar, vai causar pânico nos pais e tumulto nas escolas. Além disso, argumenta que os pais, ao se depararem com a baixa nota daquela escola, vão procurar a considerada boa, acarretando superlotação. “A nota só diz respeito à instituição e aos pais dos alunos matriculados e não a todos que passam pela escola”, defendeu. Ela pontua não ser contra a mensagem, mas quer fazer algumas sugestões.
“O deputado defende a ideia de estampar a nota do Ideb para que a sociedade possa se preocupar e cobrar dos responsáveis pela Educação”, ressaltou o economista, especialista em educação e colunista da revista Veja, Gustavo Ioschpe. Ele proferiu uma palestra sobre Políticas Públicas de Educação, durante o Fórum Consciência Cidadã, promovido pelo TCE.
Na oportunidade, foram debatidos os motivos que provocam o mau desempenho das escolas no Ideb. Ele argumenta que quando as coisas não vão bem, o professor diz que “nada funciona, o salário não é bom, falta condições de trabalho e infraestrutura. Mas se esquecem que antes de tudo isso já existia educação”, critica.
A secretária estadual de Educação, Rosa Neide, por sua vez, saiu em defesa da classe e afirmou que os professores são preparados, qualificados e orientados a acompanhar os alunos na vida escolar. Conforme a secretária, as notas abaixo da média apontada pelo Ideb ainda acontece devido ao baixo nível cultural. “Não podemos esquecer que o Estado é de origem indígena e quilombolas e ainda enfrenta problemas econômicos”, pondera.
Ideb
A qualidade do ensino no Estado foi alvo de críticas depois que o Ideb apontou uma redução de um décimo na nota atingida em 2007 no ensino médio, que passou de 3,0 para 2,9 em 2009. Apesar do baixo desempenho, Mato Grosso conseguiu atingir a meta prevista para este ano, que é 2,9. Com o resultado, passou a ocupar 13º lugar no ranking nacional. Por outro lado, os índices registrados para as fases iniciais (4,9) do ensino fundamental (4,2) superam ou atingiram as metas projetadas, colocando o Estado no 5º lugar no ranking brasileiro.
O índice é medido a cada dois anos e o objetivo é que o país, a partir do alcance das metas municipais e estaduais, tenha nota 6 em 2022, correspondente à qualidade do ensino em países desenvolvidos.
domingo, 26 de junho de 2011
MT - Deputado quer resultado do Ideb em placas; secretária é contra
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