Quase 50% dos professores já voltaram as atividades, segundo o sindicato da categoria
Gilmar Ferreira, do Sintep: Governo do Estado está sendo antidemocrático
BRUNO GARCIA
DA REDAÇÃO
A greve dos trabalhadores da Educação, iniciada no dia 6 deste mês, vem se esvaziando e pode ser encerrada na tarde desta quinta-feira (30). Até agora, 50% dos profissionais já retornaram às salas de aula. "Infelizmente, os professores estão abandonando o movimento grevista, sob pressão e ameaças do Governo", declarou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep), Gilmar Soares Ferreira.
O sindicalista encarou as declarações do governador Silval Barbosa (PMDB), de que irá determinar o corte de ponto dos servidores que não compareceram ao trabalho. A greve foi considerada ilegal pelo Poder Judiciário, em decisão do desembargador José Tadeu Cury, que determinou o retorno às salas de aula no prazo de 72 horas e pagamento de multa diária de R$ 50 mil por descumprimento.
Gilmar Soares ressaltou que a posição tomada pelo Governo do Estado enfraqueceu o movimento e os professores estão retornando às salas, segundo ele, com medo de terem prejuízos em seus vencimentos.
"Dessa forma, fica difícil manter a greve. Até segunda-feira (4), acredito que esse número de abandono à greve será maior. A ameaça de corte de ponto pesou na decisão dos professores", declarou.
Os grevistas irão se reunir nesta quinta-feira (30) para avaliar a condição de continuarem no movimento. Provavelmente, será marcada uma assembleia-geral da categoria para deliberar sobre o indicativo desta tarde.
A tendência é que os grevistas abandonem o pleito, porém continuem no processo de negociação salarial. "A busca pelo piso de R$ 1.312,00 [o Governo afirma ter oferecido R$ 1.278,00], que é dentro da viabilidade do Governo, não acabará, independente da decisão de manter ou não a greve", disse o sindicalista.
O ato de hoje acontecerá no acampamento grevista, instalado na Praça Ulisses Guimarães, em Cuiabá, a partir das 14 horas. Além de definirem qual rumo tomará o movimento, os professores irão fazer um manifesto em repúdio a postura do Governo em anunciar o corte salarial. O Sintep vem afirmando que as ações do Estado são "antidemocráticas".
Para o sindicalista, as autoridades de Mato Grosso "precisam dar respostas concretas à maioria da população pela crise moral e política que vive o Estado, denunciada por escândalos políticos, financeiros e administrativos".
O sindicalista ressaltou, ainda, que os profissionais da educação estão abertos a negociações. "É lamentável a postura do governador Silval Barbosa de não negociar com a categoria, mesmo conhecendo a decisão da assembleia geral de abertura a uma proposta alternativa", completou Ferreira.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
MT- Enfraquecida, greve dos professores de MT está no fim
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