Governador endureceu ontem o discurso contra servidores que estão paralisados, em especial os professores, cuja greve foi decretada ilegal pela Justiça
Josi Pettengill/Secom
Silval Barbosa detalhou ontem a renegociação da dívida com a União
ANA ROSA FAGUNDES
Da Reportagem
O governador Silval Barbosa (PMDB) endureceu ontem o discurso contra as categorias de servidores públicos que estão em greve ou que ameaçam paralisar os trabalhos. Silval afirmou que não vai discutir e avançar nas negociações com quem está parado. “Não fecho diálogo com nenhuma categoria. Só não avanço nas negociações das que estão em greve. Quem entrar em greve, não tem discussão”, disse o governador, durante entrevista em que falou, também, da renegociação da dívida do Estado.
Com seis meses à frente do governo, Silval Barbosa enfrenta uma crise com os servidores. Os sindicatos de sete categorias decidiram se mobilizar no mesmo período, colocando à prova a habilidade política e de articulação do governador. Estão em greve os servidores da Secretaria de Meio Ambiente, da Empaer, professores e médicos dos hospitais regionais, além dos servidores do Detran. Os investigadores de polícia e agentes prisionais também estão se mobilizando.
A situação mais grave é a paralisação dos professores. A Justiça já declarou ilegal a greve e determinou o retorno às salas de aula. No entanto, o sindicato resolveu continuar com a greve. Silval disse que vai cumprir a lei, portanto os servidores sofrerão cortes no salário.
Conforme Silval Barbosa, a categoria dos educadores tinha uma luta há 10 anos para ter o Imposto de Renda contabilizado dentro da receita deles e desde janeiro o governo faz essa restituição. Além disso, o governador argumentou que a categoria pede mais efetivo e que só este ano já foram chamados mais de três mil servidores. E até dezembro, serão chamados mais cerca de dois mil. Além disso, os salários estão em dia, segundo Silval.
“Eu tenho seis meses de governo e não vou ser irresponsável de querer atender tudo que estão pedindo e depois atrasar folha de pagamento. Eu já avisei: aqueles que estão insistindo irregularmente, depois de decisão, eu vou cumprir o que está na determinação judicial” alertou o governador.
Os professores reivindicam que o piso salarial seja de R$ 1.312 a partir do mês de maio deste ano. Mas o Estado se compromete a reajustar os salários em dezembro.
Conforme o governador, o aumento que os professores pedem vai impactar em R$ 20 milhões o orçamento do governo. Já na proposta governista, o impacto é de R$ 3 milhões.
“Infelizmente é um equívoco a forma como o sindicato dos professores está conduzindo isso. Eu não tenho como pagar este ano. Eu não vou inviabilizar as contas do governo, chegar ao final de ano e não ter condições de quitar a folha de pagamento”, disse o governador.
Silval afirmou que 90% dos professores já voltaram para as salas de aula, depois da decisão da Justiça que decretou ilegal a greve, e que os pontos de maior resistência são em Barra do Garças e Rondonópolis. Uma equipe da secretaria de Educação foi encaminhada para esses municípios a fim de fazer o alerta sobre as sanções se a greve continuar. “Infelizmente vou cumprir o que a legislação determina, já determinei que se cumpra”, afirmou Silval.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
MT- Silval diz que não negocia com grevista
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