Por: Priscila Silva Paulino
Início de uma fase, e término de outra; o mundo entra em um novo período. Em 1929, a população mundial sofreu com a crise vinda da bolsa de Nova York, a economia de todo o planeta se desestruturou. Pessoas morreram de fome em muitos lugares (a nova era de sofrimento estava aberta), muitos imploravam ajuda, porém sem êxito. Diante da crise o mundo fecha as portas para quem precisa.
Acreditar, obedecer e combater1, frase usada para atrair o povo a favor do fascismo, ilusão que tapou os olhos do mundo perante a realidade de ações violentas e de repressão de diversos movimentos sociais. No poder de persuadir, não houve outros tão eficientes, o mundo se curvou perante seus discursos. Mussolini e Hitler taparam a boca do povo e foram soberanos. O mundo não via morte, arrogância e nem abuso de poder, apenas a felicidade por cima de um enorme manto que tapava toda a sujeira.
Brotados nos convictos corações alemães, a sede de vingança e o nacionalismo demasiado, funcionaram como imã para uma nova política abusiva. Acreditando na, superioridade da raça ariana2, o povo alemão afirmava sua dominância e repressão sobre outros povos, tais como: judeus. A política da superioridade alemã trouxe conseqüências absurdas para o país, invadiram escolas, igrejas e casas com o propósito de retirar do convívio com a sociedade os “não arianos”, ou seja, os judeus. Quando não morriam ao serem presos, eram levados a campos de concentração, torturados ou então levados a câmaras de gás onde morriam.
Em 1917, na Rússia, a grande mobilização urbana socialista foi a chave para a conquista de uma grande revolução no país. Na multidão que clamava imediatas melhorias políticas, sociais e econômicas ao país, havia operários, mulheres e pessoas de distintas classes sociais que se mobilizaram a participar deste movimento socialista revolucionário.
Inspirado nos soberanos líderes e ditadores Hitler (Alemanha) e Mussolini (Itália), Getúlio Vargas foi ditador e ademais excelente estrategista. Iniciou sua política no país com propósitos de mudanças políticas, sociais e legislativas. Vargas, no início de seu “império”, foi ponderado com relação a suas atitudes, levando a crer, ter pretendido como o bom estrategista que era evitar futuras manifestações populistas. Getúlio só não prosseguiu calado, quando percebeu que seu “reinado” estaria ameaçado, por partidos comunistas, a partir deste momento surge o ditador Vargas. Com uma nova política tomada conta do país, é extremamente proibida à criação de novos partidos, comunistas começam a serem caçados por militares, Vargas sufoca cada movimento que tente se manifestar sobre seu poder; O Ditador Dorneles adiante do Brasil.
1 Lema pedagógico de fascismo, de Benito Mussolini (1922 – 1924).
2 Doutrina nazista, de Adolf Hitler (1889 – 1945).
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Olga Benário era de uma família alemã e judia, de grande estabilidade financeira. Uma garota que viu sua família sorrir pela estabilidade financeira que obtinham e que os viu sofrer com a crise que de 1929, decorrente nos Estados Unidos, se alastrou pelo mundo atingindo economicamente a todos os países e a todas as classes sociais; como uma peste surgira, atacava em quem sua frente se punha.
Quando cresceu virou uma socialista ativa e aberta para o que lhe propusessem, seus pais não a apoiavam em suas atitudes, participava de manifestações populistas. Olga lutou a frente da Revolução Russa, no meio daqueles manifestantes em busca de igualdade, havia uma alemã aberta a ajudar o povo, de qualquer nação ou raça. Foi neste período que esta grande heroína tomou conhecimento de que no Brasil (um país que nunca conhecera), estava havendo também uma revolta contra o governo, ouve-se falar da coluna Prestes, a qual lhe desperta forte interesse. Perceptível pelas suas atitudes a favor de causas humanitárias, Olga era considerada grande aliada dos socialistas.
Havendo o tempo passado, Benário é chamada com uma nova missão, deveria cuidar para que retornasse seguro ao país de origem, Brasil, o comunista Luís Carlos Prestes; aquele que tivera ouvido falar durante a Revolução Russa, que organizou uma coluna que percorreu o país em oposição ao governo que atuava no país.
Na viagem de ida ao Brasil, Olga e Prestes engatam numa intensa história amor. Uma mulher com a missão de proteger o próprio amor.
Apaixonada, não somente pelo homem, mas também pela história de luta à igualdade e pela força de vontade que trazia com sigo. Percebendo-se que interesses de ambos partia de um mesmo princípio, Olga decide-se por lutar junto a frente comunista liderada por Prestes, esteve ao seu lado quando o partido lutou, perdendo ou vencendo, foi fiel até o último instante.
Depois de tentativas fracassadas de revolução, as quais pretendiam abalar o governo de Vargas, os comunistas foram presos um a um. Capturados e torturados como animais, não tinham a quem pedir auxílio e nem havia quem os ajudasse ou simplesmente os apoiasse.
Olga Benário foi presa no Rio de Janeiro com ordem direta de Getúlio Dorneles Vargas. Ficou presa durante um curto período no Brasil, fora descoberta que estava grávida e como um fiel cumpridor da lei, com quem lhe atacava Vargas a enviou de volta para a Alemanha nazista de Adolf Hitler para ter seu filho no mesmo território de cuja mãe era vinda. Olga reivindicou esta decisão do governo brasileiro, pois sabia que se voltasse para sua pátria seria morta, era uma judia no território hitlerista.
Não tinha o que se lamentar, agora o que restava era a esperança de que sua filha permanecesse viva, mesmo sendo filha de uma judia. O governo enviou seus homens à prisão onde, para evitar um conflito com as presas que ameaçavam armar uma rebelião, levaram Olga dizendo que a mesma necessitava de tratamentos médicos, por tal motivo precisava ir a um hospital e com intenção de não serem contrariados pelas presas, disseram-nas que uma delas poderia acompanhá-la. Como se esperava de Getúlio, Olga foi extraditada para a Alemanha, como resultado de uma estratégia de quem a melhor sabia fazer, Vargas.
Foi concedida a Olga, que poderia ficar com sua filha na prisão até que se cessasse seu leite. Olga mantinha contato com seu esposo por intermédio de cartas que lhe enviava, contava-lhe como era sua pequena Anita, seus primeiros passos e falava-lhe do amor que por ele sentia mesmo estando tão longe e tão perto ao mesmo tempo.
Como o dito foi o feito, a pequena Anita fora levada dos braços de sua mãe quando se cessou seu leite. A avó paterna e a tia da menina cuidaram dela. A menina crescia e agora perto de seu pai, porém era cada vez mais difícil ter sua mãe por perto.
Meses depois que sua filha partiu na prisão Olga recebeu uma carta de seu esposo e recebera junto um retrato de como era o rosto de sua bela menina, agora bem distante de si, mesmo na prisão Olga despertava entre as presas a esperança, que em muitas já havia adormecido, cria e pregava na existência de uma sociedade única e sem diferenças.
Alguns meses após o recebimento da carta, que lhe fizera tão bem, Olga escreve de volta, falando de seu amor intenso e interminável até a morte vir, despede-se da filha com imenso carinho de uma mãe que lutou pela vida até o último segundo que tivera força suficiente para fazê-lo.
Olga, a brasileira Maria Prestes, se recordava de tudo que viveu em sua vida num flash de segundos antes de completar-se sua sentença. Olga foi morta em uma câmara de gás; sua família só tomou conhecimento de sua morte anos depois, que sua carta chegara.
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Olga é um filme, cuja parte da história desta mulher fantástica é desvendada, mas infelizmente outra metade também importante, que o filme não relata, se mantém em absoluto silêncio.
Mulher de princípios, de garra, de humanidade, Olga Benário conseguiu ser amada, mas também odiada. Lutou por si e pelos outros, pelos que não podiam e pelos que necessitavam de ajuda, pelos que a procuravam e por quem simplesmente amasse.
A humanidade precisa de ouvir abertamente a realidade que a comporta, neste filme diversos destinos se entrelaçam na história de uma só mulher que lutou a favor de um único objetivo.
sábado, 28 de janeiro de 2012
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