segunda-feira, 24 de junho de 2013

Editorial: Respostas para a Educação

"É oportuna a promessa do ministro da Educação de dedicar atenção especial à qualidade do Ensino Médio no país, por meio da valorização e motivação de professores, do investimento nas escolas e do combate à evasão", afirma jornal

Fonte: Zero Hora (RS)


É oportuna a promessa do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em entrevista a Zero Hora, de dedicar atenção especial à qualidade do Ensino médio no país, por meio da valorização e motivação de Professores, do investimento nas Escolas e do combate à evasão Escolar. Um dado apresentado pelo ministro deve servir de alerta a todos os que buscam soluções para a Educação brasileira: apesar da significativa inclusão realizada nos últimos 15 anos, existem ainda 3,5 milhões de jovens de 15 a 17 anos fora do Ensino médio. Esses reféns do descaso oficial, da carência de meios e da falta de estrutura familiar precisam ser resgatados com urgência e integrados ao sistema Escolar se pretendemos aproveitar as oportunidades para o desenvolvimento abertas ao Brasil.

Não se pode imaginar que esse contingente encontre lugar nas Escolas se não houver correspondente investimento em formação e capacitação de Professores. Reportagem publicada ontem por Zero Hora indica que não existe sistema de Educação de alta qualidade em que o exercício do magistério não seja equiparado a profissões de alta complexidade e prestígio. Professores têm de ser recrutados a partir da nata dos graduados, amparados com políticas e instrumentos para aprimorar e compartilhar conhecimentos e desafiados a tratar as necessidades de seus Alunos de forma multidisciplinar e inovadora. Não existe compromisso com a Educação sem aperfeiçoamento constante e continuado, estratégia eficaz, conexão com a realidade global e valores éticos difundidos e assumidos por todos.

A evasão Escolar e a repetência são dois dos principais problemas. É preciso tornar as aulas interessantes e conectadas à realidade. O investimento em tecnologia citado por Mercadante, com distribuição de equipamentos, extensão de redes sem fio e treinamento de Professores para utilizá-los, pode fazer a diferença quando se trata de atrair e comprometer o Aluno com a permanência na Escola.

Opinião: Qualidade e quantidade

Ângela Ravazzolo

O combate à repetência e à evasão no Ensino médio é um dos maiores desafios da Educação brasileira hoje.

A falta de motivação de boa parte dos estudantes e as dificuldades das Escolas em atrair e manter o Aluno até o fim do 3º ano têm pontuado os debates entre especialistas e gestores públicos. No próximo mês, o MEC deve concluir um plano para esses anos finais.

Recentemente, uma pesquisa realizada pela Fundação Victor Civita e pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento indicou que um dos principais motivos para o desinteresse de adolescentes entre 15 e 19 anos pela Escola é a falta de correspondência entre a realidade dos estudantes e os conteúdos apresentados em sala de aula. Esses mesmos Alunos indicaram que não enxergam, por parte da Escola, a disposição de utilizar as novas tecnologias, que já fazem parte do cotidiano deles, mas que ainda enfrentam obstáculos básicos de infraestrutura (como a falta de redes sem fio de alta capacidade em Escolas estaduais).

Diminuir o índice de repetência deve ser um esforço constante, e estatísticas favoráveis são motivo de celebração. Mas ainda há muito o que fazer para, de fato, entrar no ritmo do século 21: além de números positivos, é necessário acompanhar esses jovens rumo a uma Educação em que a qualidade seja tão importante quanto a quantidade.

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